por Lilian Burgardt
Disputar uma bolsa de estudos não é um processo fácil. Além dos inúmeros documentos exigidos pelas instituições que as concedem, o estudante deve estar preparado para enfrentar baterias de provas e entrevistas, ou, ainda, contar com uma boa orientação no momento de escrever a proposta de seu pré-projeto. Muito embora o fator “sorte” exerça alguma força nos processos de seleção, um bom preparo ainda é a melhor alternativa para obter sucesso.
Segundo especialistas, os candidatos, em geral, devem estar atentos aos fatores decisivos que cada processo de seleção exige, já que cada processo e programa de bolsas estabelece suas próprias prioridades e pré-requisitos na seleção dos bolsistas. Por exemplo, quem pretende concorrer a uma bolsa de estudos no exterior deve, sobretudo, ter bons conhecimentos do idioma do país ao qual se candidata à bolsa. Entretanto, não são apenas estas qualificações que têm levado os recrutadores a escolher determinados bolsistas.
De acordo com a diretora executiva do programa de bolsas da Fundação Estudar – instituição que oferece bolsas de estudo nas modalidades de graduação e pós-graduação no Brasil e exterior -, Elatia Abate, os processos têm se modificado com objetivo de valorizar características pessoais que podem influenciar no desempenho dos estudantes.
“Além de avaliar características como capacidade de liderança, potencial intelectual e profissional, excelência acadêmica e compromisso com o país, procuramos candidatos que se destaquem por um perfil pró-ativo, comprometido e dotado de espírito empreendedor”, ressalta. Dessa forma, pretende-se direcionar as oportunidades para estudantes com perfil mais flexível, não apenas aqueles que tiram boas notas.
É importante lembrar, ainda, que grande parte dos programas de concessão de bolsas exige que os candidatos apresentem cartas de indicação, recomendação ou de comprovação de vínculo com alguma instituição de ensino superior. Nestes casos, o mais indicado é pedir tais documentos a professores ou coordenadores conhecidos ou então ao departamento da instituição de ensino em que mantém algum vínculo.
Segundo informações do Departamento de Comunicação da Coordenadoria de Bolsas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o critério básico para seleção dos candidatos é sua produção científica. “É importante que o candidato tenha participado de projetos de pesquisa, congressos e, de preferência, já tenha publicações realizadas”, informa Mariana Galiza.
É claro que isto depende do tipo de bolsa pleiteada. Um aluno de graduação ou recém-formado, por exemplo, ainda não tem como ter vasta experiência, mas ter participado de congressos científicos, apresentado trabalhos em seminários ou ter participado de programas de iniciação científica são itens que pesam a seu favor.
Confira algumas dicas específicas que, segundo os especialistas, somam pontos no momento de disputar uma bolsa de estudos:
Graduação no Brasil: Bom desempenho escolar, espírito empreendedor e pró-atividade. Participar de congressos e seminários também conta pontos a seu favor.
Graduação no exterior: Bom desempenho escolar, espírito empreendedor e pró-atividade, além de bons conhecimentos de idiomas.
Pós-Graduação no Brasil: Bons conhecimentos acadêmicos, experiência profissional e pré-projeto que contribua para o avanço do conhecimento com potencial de inovação no país.
Pós-Graduação no exterior: Pré-projeto com potencial de inovação, flexibilidade de adaptação e abertura para novas culturas.
Doutorado no Brasil: Bom desempenho acadêmico, experiência profissional, potencialidade de futuras contribuições científicas do candidato, além de um projeto que amplie os horizontes em sua área de estudos, contribuindo para o desenvolvimento do país.
Doutorado no exterior: Bom desempenho acadêmico, experiência profissional, potencialidade de futuras contribuições científicas do candidato, qualidade do plano de estudos a ser desenvolvido no exterior, avaliação da instituição de destino sendo qaue são priorizadas as candidaturas envolvendo instituições de renomada excelência e prestígio internacional.
Pós-Doutorado no Brasil: Além de uma proposta inovadora, que contribua para o crescimento e desenvolvimento da área, é avaliada a pertinência da proposta no contexto do país.
Pós-Doutorado no exterior: Além de uma proposta inovadora, é avaliada a pertinência da proposta no contexto institucional do país sede para desenvolvimento da pesquisa.
Fonte: Universia Brasil
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