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por Dulce Magalhães
Não importa o quanto se fantasie o futuro, ele será a expressão exata de nossas ações no presente. O exercício de Visão Estratégica, nada mais é do que projetar no tempo os resultados que almejamos e agir no presente para atingir esses resultados.
É simples, mas está longe de ser fácil. Na verdade o primeiro e decisivo passo é estabelecer os objetivos. Aí começa nossa complicação. A maioria das pessoas sonha com o futuro, mas não sabe planejá-lo. Sonhar é uma parte essencial na construção de nossos resultados, mas não é suficiente para permitir a superação de obstáculos que geralmente nos fazem adiar ou desistir dos sonhos.
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A eleição de objetivos implica em saber tomar decisões, lidar com prioridades, saber dizer não ao que é urgente, porém irrelevante. A visão é saber o que se deseja, a estratégia é colocar isso no dia a dia, na agenda de trabalho. Quem desenvolve uma visão estratégica cria uma rotina que permite viver tudo o que se pretende no futuro, só que antes. Não tem a ver com decisões futuras, mas com impactos futuros de nossas decisões no presente. Assim como o presente é uma conseqüência direta de nossas ações no passado.
A segunda questão importante para se desenvolver a visão estratégica é antecipar tendências, verificar como o mundo vai progredir, perceber oportunidades, descobrir nichos, ver o antigo de um jeito novo. Essa percepção está intimamente ligada à intuição, o que significa que temos que aprender a gerenciar riscos e nos lançarmos a impulsos controlados. Não há como ter certeza sobre as oportunidades que se apresentam, entretanto o fracasso é aprendizagem, enquanto que a falta de ação é a ausência absoluta de resultados. Tentar, testar, treinar, essas atitudes são as bases do desenvolvimento intuitivo. É preciso estar aberto para o novo, para conseguir ao menos percebê-lo. Ver o todo sem perder de vista o detalhe, esta habilidade é parte importante do exercício da percepção.
A visão sistêmica que nos permite identificar causas reais para as conseqüências que nos afetam, é o terceiro e mais complexo passo da visão estratégica. Pensar em sistemas e não em partes isoladas e separadas é uma capacidade que pouco desenvolvemos. De um modo geral encontramos justificativas rápidas e simplistas para as dificuldades de nossa existência. A maior parte dessas desculpas são auto indulgentes e colocam a responsabilidade no externo, seja no governo, no mercado, na família ou na sociedade, mas distantes do verdadeiro foco de nossa vida: nós mesmos. A visão sistêmica exige auto crítica, que estejamos inseridos dentro do sistema de nossa vida e que sejamos responsáveis por ele. Nesse contexto não serve termos justificativas, mas entendermos a verdadeira causa das dificuldades (normalmente nós próprios) e agirmos de maneira eficaz para transformar resultados.
Por fim, a visão estratégica vai exigir de nós uma árdua e definitiva tarefa, aplicar disciplina na elaboração de nossas atividades para realizarmos objetivos de médio e longo prazo. E a disciplina é diferente de ter uma metodologia rígida de ação, ou uma rotina imune à mudanças, muito pelo contrário. De fato disciplina é alterar nosso comportamento, rever nossos hábitos, modificar nossos métodos tantas vezes quantas forem necessárias para o atingimento de nossos propósitos.
Ao invés de tentar ajustar nossos sonhos aos resultados que alcançamos, temos que transformar ações para alavancar resultados que sejam um retrato fiel dos sonhos que aspiramos. Disciplina é perseverar até a conquista de nossas metas. Se isso exigir mudanças profundas em nossos hábitos e práticas, que assim seja. O importante é estar ligado a princípios éticos fundamentais, que possam nortear nossa prática de vida, ser um farol claro que ilumine nossa caminhada. O caminho será construído sob essa luz, mas sem deixar nunca de enxergar o objetivo como destino a ser alcançado. O percurso vai sendo determinado de acordo com as percepções e análise sistemática do ambiente à nossa volta, porém a disciplina nos permite a manutenção da caminhada, a não desistência de nossos propósitos, a capacidade de realizar nossa visão estratégica.

AUTODIAGNÓSTICO PARA VISÃO ESTRATÉGICA
  • Quais são meus propósitos para o futuro?
  • Eles estão descritos em forma de objetivos, de maneira clara e vinculados à propostas de mudança?
  • Consigo perceber meus objetivos como viáveis, apesar de representarem um desafio de vida?
  • Quanto estou disposto a rever meus hábitos e alterar minha rotina, de modo a alcançar minhas metas?
  • Meus objetivos são suficientemente grandiosos para me fazer mover com perseverança e enfrentar obstáculos para atingi-los?
  • Consigo identificar de maneira objetiva quais são minhas maiores dificuldades na concretização de meus propósitos?
  • Sei perceber oportunidades e aproveitá-las de maneira eficaz?
  • Sei criar oportunidades novas ou gerar soluções inovadoras em momentos de forte pressão? E em situações normais?
O QUE FAZEMOS
O QUE DEVEMOS FAZER
Vivemos o curto prazo Ampliar nossos horizontes, viver o hoje e saber o que queremos viver amanhã
Repetimos rotinas Aprender alguma coisa nova todo dia e alterar sempre a rotina para viver mais experiências
Repetimos fórmulas Ler mais, ouvir mais, ter mais idéias para gerar mais e melhores soluções frente aos novos desafios
Nos acostumamos à insatisfação Sermos inquietos, estarmos olhando ao redor à busca de oportunidades de progresso
COMO FAZER
  • Estudar experiências de personalidades, através da leitura de biografias e da pesquisa de artigos e reportagens
  • Alimentar a criatividade, através da implantação de um sistema permanente de aprendizagem, que pode ser voltar aos bancos escolares, estudar um novo idioma, se dedicar à pesquisa de um tema de interesse ou qualquer método diário de estudo
  • Obter informações, através de uma rede de contatos heterogênea formada por pessoas inteligentes e interessantes, que atuem em diferentes áreas (das artes à ciência), e da leitura atenta das notícias
  • Criar oportunidades, através da participação em grupos associativos, em sistemas voluntariados, assumir compromissos além de sua atribuição, correr riscos, empreender em idéias novas
DICAS
  • Esteja sempre aberto a ouvir idéias novas, por mais estranhas que possam parecer à princípio. Isso sempre pode alimentar sua própria capacidade de ter idéias novas
  • Freqüente ambientes diferentes, programe viagens e encontre pessoas, para ampliar sua rede de contatos e sua visão do mundo
  • Tenha sempre papel à mão para anotar idéias e se proponha a ter no mínimo 05 idéias novas por dia. Isso o obriga a ampliar sua percepção da realidade e aumenta sua criatividade
  • Exercite sua liderança dentro e fora da organização, habitue-se a assumir compromisso com o desenvolvimento das pessoas. Essa é a melhor maneira de desenvolver a si mesmo

 

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