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por Dulce Magalhães
Imagine que a vida é um papel em branco. Cada momento vivido deixa uma marca nesse papel. É uma história sendo escrita. Uma biografia.
Agora, imagine que você pudesse ler o capítulo final antes de saber toda a história. Se esse capítulo fosse de acordo com os seus sonhos você poderia saborear a história sem receio e sem restrições.
Mas e se esse epílogo não fosse um espelho de seus desejos? E se você percebesse que o resultado de uma vida saiu muito diferente das aspirações do início da jornada? Se lhe dessem a chance de saber o final da história e você pudesse escrevê-la diferente para ter um outro final, que história de vida você escreveria?
A visão sistêmica nada mais é do que perceber o movimento integrado entre o ambiente, nossas decisões e nosso futuro.

“A intuição é apenas um
sintoma de nossa capacidade
de perceber com antecedência
as conseqüências futuras”

Escrever a própria história é utilizar com sabedoria a visão sistêmica. Ao invés de estarmos focados no problema presente ou em nossa própria aflição, devemos ter uma visão do conjunto de ações que nos conduziram a esse desfecho.
É apenas assim que podemos gerar soluções eficazes. Não há como resolver um problema vivendo no mesmo ambiente mental que o gerou. É necessário rever o processo todo, e determinar novas atitudes a partir da identificação da decisão que nos levou àquele resultado indesejado.
Quando nossa atenção está voltada para uma parcela isolada de nossa vida, não conseguimos perceber o sistema dinâmico que conduz nossa existência. Assim acabamos por esperar do governo, do mercado ou da família uma solução que só depende de nós.
Pensar em sistemas e não em fases é uma maneira completa de corrigir rumos e planejar o sucesso. Temos que quebrar determinados paradigmas que nos colocam o mundo como a soma de uma infinidade de partes.
Diferente do que nos fizeram acreditar, o mundo não está separado em países, cidades, bairros e famílias. Assim também o tempo não é dividido em horas, minutos e segundos. E a vida não pode ser dividida em passado, presente e futuro.
Tudo isso são apenas convenções que criamos para buscar compreender algo que deve simplesmente ser experimentado. O mundo, o tempo e a vida são um fluxo ininterrupto de ações que são ao mesmo tempo causa e conseqüência.
O exercício da visão sistêmica nos permite abrir os canais para decisões adequadas, que são a intuição, a sensibilidade, a emoção e a razão. É do uso equilibrado de cada uma dessas habilidades que podemos eleger atitudes e ações compatíveis com nossos propósitos de vida e carreira.
Criar o fluxo certo, se lançar às ondas da prosperidade e da realização, viver a vida que se deseja. Tudo isso está ao alcance de quem consegue ver além da muralha limitante da própria existência.

“Não há como resolver um problema vivendo no mesmo ambiente mental que o gerou.”

Perceber a si mesmo como membro de uma rede interligada de indivíduos é agir sistemicamente. Quem acredita que o universo gira ao seu redor, perde uma infinidade de oportunidades de receber luz de outros que brilham, e refletir luz ao seu redor.
Como no xadrez, para ser vitorioso no jogo da vida, é preciso pensar vários lances à frente e conhecer todas as jogadas feitas em outras partidas. Assim tem-se o melhor movimento, mexe-se apenas uma pequena peça, mas isso pode mudar toda a história do jogo.

AUTODIAGNÓSTICO DA VISÃO SISTÊMICA
  • Você percebe os atos anteriores que geram os resultados presentes?
  • Você modifica comportamentos em função das conseqüências que pressente?
  • Você vê a vida como um encadeamento de atitudes?
  • Você programa os resultados que quer em seu futuro e age hoje para alcançá-los?
  • Você tem visão lateral? Consegue entender o mundo ao seu redor?
  • Você aceita, tolera ou evita as pessoas muito diferentes de você?
O QUE FAZEMOS
O QUE DEVEMOS FAZER
Lamentamos os problemas que vivemos Modificar nossas atitudes para resolver problemas e evitá-los no futuro
Queremos modificar o comportamento das pessoas ao nosso redor Compreender que a única mudança é a de nós mesmos
Ficamos insatisfeitos com nossos resultados e reclamamos da vida Ter a percepção que cada ato gera uma conseqüência
Sonhamos com resultados melhores no futuro, sem nada modificar no presente Eleger os hábitos que melhor nos conduzam onde queremos chegar
COMO FAZER
A visão sistêmica é um exercício de percepção. Para melhorar nossa capacidade de compreender o encadeamento de ato/conseqüência, é necessário treinar nossa observação. A auto observação é ainda mais efetiva considerando que afeta profundamente a forma como gerenciamos nossa própria vida. Siga os passos:

  • Encontre no passado o momento exato e a atitude que você teve, que proporcionaram determinados resultados que você está vivendo. O fundamental é descobrir qual foi a decisão ou omissão que gerou determinadas conseqüências.
  • Analise seu grau de responsabilidade por esses atos e reflita sobre novas conseqüências caso tivesse tomado diferentes decisões
  • Partindo do momento presente, imagine conseqüências futuras a partir de diversas decisões presentes. Eleja aquela que lhe trará o resultado mais desejável.
DICAS
  • Uma dica para refletir sobre visão sistêmica é assistir ao filme “A Pele do Desejo”. Além da sensibilidade do roteiro e da direção e atuação competentes, o filme traz um questionamento básico sobre as oportunidades perdidas e a economia inútil da felicidade. Esse é um filme para se ver sozinho ou em casal. Não é um filme para grupos de amigos porque necessita de um senso de introspecção. Exige uma intimidade com a própria história, que os grupos podem desvirtuar ou constranger. É uma história de amor, mas é também muito mais que isso, trata-se de uma história de decisões que desencadeiam uma série de conseqüências quase previsíveis, porém nem sempre desejadas. A pergunta que resta é: E se fosse diferente? Essa é também a nossa pergunta, só com um enfoque pró ativo: E se eu quiser que seja diferente a partir de agora? Quem possui a resposta é você.

 

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