Por Cíntia Bortotto*
Estratégias furadas na hora de procurar um emprego podem causar constrangimentos e colocar você numa verdadeira “saia justa”. Se o seu objetivo não é causar um efeito negativo nas pessoas, procure não ser chato nem invasivo na hora de tentar uma aproximação. Esta semana, conversando com um colega que trabalha numa agência de comunicação, ouvi uma história bastante intrigante.
Meu conhecido, que chamarei aqui de Pedro para não expor sua identidade, contou-me que ele estava recebendo semanalmente e-mails de uma moça que procurava emprego. O curioso é que a internauta lhe enviava todas as semanas uma lista com diversas vagas de trabalho, sob o pretexto de estar “ajudando” conhecidos que pudessem estar à procura de novas oportunidades. Aí, quando a pessoa respondia o e-mail, ela perguntava “tem vaga aí para mim”?
Pedro respondeu algumas vezes, dizendo que não havia vagas, mas ela continuava a insistir. Um dia, Pedro decidiu dizer a ela que fazer este tipo de coisa era algo bastante inconveniente. Ele tentou lhe aconselhar e dizer que já estava trabalhando, que não queria receber vagas e que talvez as pessoas se incomodassem com este tipo de atitude, assim como ele estava incomodado. É o que chamamos de “spammer”. A resposta da moça foi que ela o tiraria do mailing, mas que continuaria fazendo isso, para conseguir melhorar os contatos, ajudar os colegas e encontrar uma vaga.
Onde exatamente ela queria chegar? O resultado foi que Pedro, que até poderia lhe conseguir um emprego, disse que jamais a indicaria, pois ela nunca havia enviado informações profissionais dela. Portanto, em vez de aceitação, ela causou rejeição, pelo menos da parte de Pedro.
Se você quer encontrar um emprego novo, um dos passos é, com certeza, melhorar e ativar o seu networking, mas isso não significa que você deve enviar qualquer tipo de informação de maneira indiscriminada. Na verdade, até o jeito que você procura emprego e se apresenta já fala sobre você. As pessoas que querem contratar, normalmente dispõem nas empresas de uma área de Recrutamento e Seleção para ajudar, ou contratam uma consultoria. Estes profissionais, em geral, buscam currículos, ou de banco de currículos que foram acumulando, ou de sites nos quais as pessoas deixam seus currículos, como o Empregos.
Existem dois grandes movimentos quando se busca um novo emprego. O primeiro é disponibilizar um currículo bem feito em sites de currículos, de empresas foco, de consultorias; o segundo é ativar sua rede de relacionamentos (pessoas que você conheça) e que precisam saber que você está buscando um novo trabalho, pois podem lhe indicar para possíveis vagas.
Para este segundo passo minha dica é: não faça rodeios e deixe claro que você está buscando uma nova colocação e tem motivos para isso. Não pense que todos estão procurando emprego como você, muitas pessoas estão felizes e não querem saber das vagas do mercado. As vagas só devem ser passadas se a pessoa pedir ou se você pertencer a um grupo que tem como um de seus objetivos a troca de vagas. Isso acaba sendo comum entre consultorias de RH que se ajudam, ou entre amigos que querem encontrar um emprego, mas fazer isto de forma indiscriminada não é interessante e pode causar o efeito contrário como o caso da “spammer” com o Pedro.
Ferramentas bem vistas para se fazer este tipo de contato são o Linkedin e oFacebook. Neles você deve se apresentar e dizer o que busca de maneira sintética. Existem modelos de cartas para enviar para empresas e para consultorias. Se você quiser saber um, pouco mais sobre o assunto sugiro que envie um email paracintia@consultoriaemrh.com.br.
Para promover sua imagem, recomendo que tome cuidado com o que fala sobre você e como fala no mundo virtual. Estamos em um momento em que as pessoas pesquisarão sobre seu histórico no Linkedin e verão suas redes de relacionamento. Portanto, seja comedido sem deixar de ser você. Mostre o que você tem a agregar, seja por meio de um blog ou comentários no Twitter. Isso pode demonstrar seus interesses, sua forma de escrever e sua capacidade crítica, o que pode ajudá-lo em sua busca.
No mundo corporativo e de negócios, objetividade é sempre bem vista. Ter a capacidade de se expressar sem tomar muito tempo do interlocutor e sendo assertivo é visto, em geral, como qualidade. Isso também perpassa quando buscamos um bom candidato. Uma carta que fale de sua carreira, que resuma suas qualificações e mostre como pode agregar para a empresa que irá lhe contratar pode ajudar sobremaneira. Portanto, foque qualidade e não quantidade, os interlocutores gostarão de ver que você personalizou sua informação e não quer se vender de qualquer forma. Destaque suas qualificações e quantifique seus resultados.
Com tudo isso e preocupado com sua imagem, seja seletivo, siga confiante e boa sorte!
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