por Renata Marucci
Superpositivo deveria ser seu apelido, mas é só o nome do programa diário que ele apresenta na Rede Bandeirantes. Aos 27 anos, Otaviano Costa já tem um currículo invejável para seus 12 anos de carreira. Veio de Cuiabá para a Capital aos 14 anos, para jogar vôlei e, num insight, decidiu que queria trabalhar em rádio. E conseguiu. Acabou então descobrindo sua paixão pela comunicação e hoje é um dos grandes fenômenos da televisão brasileira. No comando do Superpositivo (antigo H e O+) há um ano e dois meses, Otaviano se prepara também para estrear um programa na Band FM. Nesta entrevista para a equipe do Empregos.com.br, ele conta como tudo começou.
Empregos.com.br – Como você começou a trabalhar como comunicador?
Otaviano Costa – Quando tinha 14 anos vim para São Paulo jogar vôlei pelo Banespa, junto com feras como Marcelo Negrão e Rogério, do Palmeiras. Depois de um tempo fui morar na Al. Joaquim Eugênio de Lima. Eu já gostava de brincar fazendo imitações e descobri que a Rádio Jovem Pan ficava na esquina da minha rua com a Av. Paulista. Um dia, sem mais nem menos, subi até o estúdio e fiquei uns 20 minutos fazendo imitações na porta, até que o Emílio Surita me chamou para entrar e gravar uma fita demo. Foi aí que tudo começou.
Empregos.com.br – O que aconteceu depois desse dia?
Otaviano Costa – Comecei a trabalhar na Jovem Pan como locutor e logo já estava também como produtor do Pandemônio. Saí da rádio para ser roteirista da Escolinha do Golias, no SBT. Voltei para a Jovem Pan, mas fiquei pouco tempo, pois fui convidado para trabalhar como VJ na MTV. O tempo que trabalhei lá (cerca de 1 ano e meio), serviu para me mostrar para o mercado – foi um grande boom de marketing e eu consegui muito espaço em publicidade. Surgiram muitos convites para comerciais e jingles e como a grana era legal, fiquei vivendo disso por um tempo e só depois voltei para o rádio, por 4 meses.
Empregos.com.br – Só 4 meses?
Otaviano Costa – É, porque voltei para o SBT – dessa vez para trabalhar na Casa da Angélica como one man show, atuando na novelinha, manipulando bonecos, fazendo reportagens… foi uma experiência muito boa. Na mesma época, atuei em uma peça dirigida por Atílio Ricó, chamada A Dona da Bola. Foi uma escola! A gente viajou por todo o País e na volta fui convidado para fazer os últimos 15 capítulos da novela Éramos Seis, no papel do Tavinho, filho de Denise Fraga e Osmar Prado.
Empregos.com.br – Como você deixou de atuar e voltou a ser apresentador?
Otaviano costa – Depois da novela me arrisquei em uma produção independente como apresentador, junto com o Rodrigo Faro, que fazia reportagens. O programa era voltado ao público jovem e transmitido pela CNT/ Gazeta, mas não deu certo. Desde essa experiência, ainda que negativa, tive certeza de que eu gostava mesmo de apresentar, lidar com o público. Mas estava meio cansado e resolvi voltar para Cuiabá para estudar, fazer uma faculdade.
Empregos.com.br – Quando foi para Cuiabá, ficou afastado da televisão por quanto tempo?
Otaviano Costa – Muito diferente do que eu imaginava, não fiquei afastado da TV. A MTV me convidou para assumir a direção geral do seu canal em Cuiabá, formar uma equipe, organizar e divulgar a emissora por lá. Ao mesmo tempo, surgiu a oportunidade de fazer um programa para jovens no SBT local, chamado TV Teen. Com isso tudo, só aumentou a minha paixão pela televisão. Já não restava mais dúvidas, eu queria trabalhar com isso, fazendo produção, direção, apresentação. Mas as coisas em Cuiabá já estavam rotineiras demais. Eu queria algo novo. Foi quando voltei para São Paulo.
Empregos.com.br – Voltou sem ter nenhum emprego em vista?
Otaviano Costa – Descobri que ainda tinha espaço no mercado, que todos lembravam de mim e que mais do que isso, grande parte sabia até da minha atuação em Cuiabá. Vim para São Paulo e bati de porta em porta, levando umas fitas e uma carta de “reapresentação”. Para minha surpresa, a emissora que eu menos pensava ter chance foi quem me contratou: a Globo. Fui repórter do Faustão, fazendo matérias, entrevistas e links ao vivo. Em paralelo, quando não estava na rua fazendo as matérias e links, ia para o Projac assistir ao programa ao vivo. Um dia me convidaram para animar a platéia, e foi uma adrenalina total! Eu ali no meio de mais de 600 pessoas…. fazia aquilo com tanta paixão que acabei sendo notado.
Empregos.com.br – Por quem?
Otaviano Costa – Fui para a Califórnia fazer uma matéria com o grupo Charlie Brown Jr. Nessa viagem recebi um telefonema do Johnny Saad me convidando para substituir o Luciano Huck. Quando cheguei de viagem, fui conversar com a diretoria e acabei aceitando o convite para apresentar um programa de auditório ao vivo, que aos poucos foi ganhando a minha cara – como está agora!
Empregos.com.br – Para percorrer esse caminho, você se espelhou em alguém?
Otaviano Costa -Sempre observei e admirei muitas pessoas. Todos os radialistas que pude conhecer, Faustão, Gugu, Serginho Groisman, Raul Gil, Hilton Franco, Silvio Santos… todos me influenciaram de alguma forma.
Empregos.com.br – Qual dica você daria para quem quer trabalhar em rádio ou TV?
Otaviano Costa – Tem que observar tudo e todos. A evolução acontece a partir da observação, o que alguns chamam de estudo. É preciso se dedicar, ter empenho em tudo o que faz, ser humilde, trabalhar com seriedade, ter o pé no chão e ser persistente. Mas tem que ter cuidado para a persistência não virar chatice, pois pode-se colocar tudo a perder.
Empregos.com.br – Um bom “QI” (quem indica) faz diferença para ingressar no meio artístico?
Otaviano Costa – Eu sempre digo o seguinte: relacionamento pessoal é o mesmo que relacionamento profissional. As pessoas tratam de forma muito pejorativa o QI quando, na verdade, você só tem essa indicação quando merece. Ele pode até abrir as portas, mas é você quem se garante.
Empregos.com.br – Para você, sucesso é uma questão de…
Otaviano Costa – Sucesso é uma questão de solidez. Sucesso não é líquido, nem gasoso, é sólido.
Empregos.com.br – Você tem novos projetos ou convites?
Otaviano Costa – Estou muito feliz com o programa e com a minha volta para o rádio, que é a base de um bom comunicador. Vou comandar o programa “Freguesia do Ó”, na Band.