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por Suely Gregori Andrade*
 
A Dinâmica de Grupo deve ser vista como uma técnica, um RECURSO para facilitar o aprendizado dos participantes em atividades de treinamento e também para identificar aspectos comportamentais dos candidatos e ajudar no processo seletivo de forma eficaz e descontraída. Isto se dá através de jogos, brincadeiras e exercícios que são vivenciados em uma simulação, proporcionando situações e sensações da vida real, nas quais os participantes poderão agir com autenticidade.
A Dinâmica em Seleção pode ser usada quando temos bons e vários candidatos, para poucas vagas, e os jogos nos ajudam a definir o profissional mais adequado para o perfil do cargo, de forma mais rápida e eficaz. Mas lembrem-se: este não deverá ser o único e decisório método de seleção dos candidatos.
Quando for escolher uma Dinâmica de Grupo:
Estabelecer objetivos claros – resultados pré-estabelecidos
Pensar em como medir resultados (antes e depois)
Identificar os participantes (cargo, nível cultural, etc.)
Qual local e aparelhagem poderá estar disponível
Qual o tempo de aplicação (dentro de contexto)
Quem vai auxiliar na D.G.
Custos
Você como facilitador e aplicador da Dinâmica de Grupo para Seleção:
1. Tenha claro sua postura. Ela influencia muito na eficácia do processo.
2. Lembre-se de fazer a sua apresentação pessoal. Quem é você? Qual o seu nome? Quais suas responsabilidades?
3. Seja amável, pedindo a colaboração de todos. Saiba ouvir e pedir atenção quando necessário.
4. Explique seus objetivos e o que você espera do processo. Por exemplo, em seleção diga que vai observá-los durante os jogos, e peça para que todos sejam o mais espontâneos possível, para que a escolha do candidato seja a mais adequada trazendo equilíbrio para ambos. Caso tenha que fazer anotações, explique também.
Tenha certeza que, se a dinâmica for bem direcionada e o facilitador estiver seguro, os candidatos até esquecerão de sua observação e controle. Para recrutamento e seleção, o ideal é ter um observador para cada grupo de 5 pessoas.
Em Treinamento e Desenvolvimento podemos observar:
Para Treinamento, a Dinâmica de Grupo será sempre eficaz, se bem escolhida e aplicada. Os adultos aprendem mais em um ambiente informal e fazendo. Os adultos não gostam de notas, mas sim perceber se estão sendo aceitos pelas outras pessoas e a dinâmica de grupo proporciona isto.
A Dinâmica de Grupo em T&D trabalha conceitos em forma de jogos e brincadeiras e é um grande estímulo para a auto-motivação e descontração, onde psicologicamente facilita o aprendizado e a sinergia do grupo, bem como proporciona às pessoas o autoconhecimento e a experimentação dos sentimentos, vivendo momentos de alegria, tristeza, percepção e sensações de sucesso, trocas, desafios. Também mobiliza sua necessidade de adaptação e mudança de comportamento e atitudes no meio em que vivem.
Para os mais rígidos, que podem relutar um pouco em participar dos jogos, podemos dizer: brincar saudavelmente é o melhor meio de aprendizagem. Vocês já prestaram atenção em uma criança brincando? O seu grau de envolvimento e compromisso? Pense…
Além disso, os adultos precisam de aprendizado através de diversos métodos. A teoria – exposição dialogada – é um processo que, sozinho, fica muito intelectualizado no nível de informação e não de formação. A dinâmica de grupo transforma a teoria em vivência, portanto a um processo mais visceral, mais de sensação, onde os participantes pode experienciar sem prejuízos.
Vamos ver um exemplo de jogos em Dinâmica de Grupo:
Um grande números de pessoas conhecem ou já jogaram “Escravos de jó”… jogaram cachanga, tira bota deixa ficar….
Este é um jogo que podemos ter de 4 pessoas para cima e todos deverão conhecer o jogo ou aprender com os colegas no momento. Assim sendo todos começarão a falar, cantar ou ficar mudos passando as pedras para o colega ao lado direito. A sintonia tem que ser perfeita e as pessoas começam a perceber a sua importância no grupo, seu comprometimento para que tudo dê certo e o objetivo seja alcançado. Este é apenas um exemplo, existem muitos outros que trabalharão auto-motivação, relacionamento interpessoal, clima organizacional, colaboração, competição, capacidade para negociação e outras competências no nível operacional, técnico e gerencial.
Antes do treinamento, elabore um roteiro passo-a-passo:
Como abrir a D.G.
O que observar e treinar (liderança, iniciativa, comunicação, trabalho em equipe, equilíbrio emocional, etc.)
Cuidados que tenho que tomar durante a D.G.
Como finalizar
Tempo necessário
Além disso, pode acontecer que algum representante da empresa que tem a vaga ou da área contratante da empresa em que você trabalha deseje participar da D.G. Isso é bom porque o profissional de RH tem a oportunidade de mostrar seu trabalho e de ouvir opiniões num trabalho de parceria. Lembre-se de que esse funcionário não é seu, mas sim da área solicitante. Portanto, oriente o ouvinte sobre o que vai ser feito e como você gostaria que fosse a participação dele neste caso.
Você como facilitador em Treinamento e Desenvolvimento:
1. Peça também aos participantes do grupo muita colaboração e envolvimento, e faça da Dinâmica um elemento facilitador do aprendizado, e não um teste. Os adultos aprendem em ambientes informais, “fazendo” e experimentando, mas para isso eles precisam sentir o desejo de aprender. Portanto desperte neles curiosidade e interesse pelo exercício que você irá aplicar, lembre-se que o profissional é uma extensão da pessoa portanto a Dinâmica de Grupo deverá trazer benefícios para a “pessoa” antes do “profissional”. (dica para quem não quer participar).
2. Caso você tenha preparado uma Dinâmica para 15 pessoas e sub-grupo de 5 pessoas e faltaram 3 pessoas, coloque 2 pessoas para observarem a técnica junto com você, ou redimensione o grupo. Tenha sempre outra alternativa de dinâmica no caso de imprevistos, mas observe as dicas abaixo na preparação da D.G.
No fechamento:
1. Agradeça a participação.
2. Avalie o trabalho. Dê aos participantes um retorno do mesmo, deixe-os colocar sua experiência neste dia, mas tome cuidado para não fazer disto uma avaliação, caso não seja esse o objetivo.
3. Diga sempre qual o próximo passo antes de eles deixarem a sala.
Quando for escolher uma D.G., selecione aquela com a qual você mais se identifica. Pode ser um jogo, brincadeira ou estudo de caso, contanto que você se sinta familiarizado para que possa explorá-la à vontade.
* Suely Gregori Andrade é psicóloga com pós-graduação em Recursos Humanos. Atua há mais de 20 anos na área, sendo 10 deles dedicados à gerência de RH. Também atua em psicologia clínica. Docente da Casa do Psicólogo Livraria e Editora Ltda há 15 anos. É autora do livro “TEORIA E PRATICA DE DINÂMICA DE GRUPO” com 50 jogos: mostrando: Como /Porque/ onde/ quando e outros cuidados com D.G. Editora Casa do Psicólogo.

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