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Por Rômulo Martins
Os recrutadores estão cada vez mais espertos quando se trata de avaliar a consistência das informações no currículo dos candidatos. E estão desconfiados também. Uma pesquisa realizada pela Robert Half, empresa de recrutamento especializado, revelou que 42% dos executivos brasileiros consideram exageradas as informações descritas pelos profissionais em seus currículos.
O estudo ouviu 2.525 executivos das áreas de Finanças e Recursos Humanos com responsabilidades de recrutamento em 11 países, incluindo o Brasil. “A intolerância é clara em relação aos candidatos que descrevem informações não condizentes à realidade”, afirma Ricardo Bevilacqua, diretor da Robert Half para a América Latina.
Para 48% dos executivos os candidatos falham no momento de passar para o papel as experiências profissionais atuais e anteriores. Este é o primeiro campo visualizado pelos recrutadores (41%), de acordo com o estudo. As qualificações profissionais são o segundo ponto de interesse dos executivos brasileiros (29%).
Outros itens em que os candidatos mais exageram são o conhecimento de línguas (46%) e as razões de deixar o trabalho atual ou antigo (42%).
“Queima filme”
Segundo a consultora Guacira Ribeiro, especialista em Currículo do Empregos.com.br e em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas, exagerar as informações no currículo compromete a credibilidade profissional, já que todos os dados do documento são checados na entrevista de emprego. “Ao mentir no currículo o candidato pode até gerar mais entrevistas, mas vira figurinha carimbada nos processos seletivos.”
Caso o candidato consiga ludibriar o recrutador, e seja escolhido para ocupar a vaga de emprego, a situação só tende a piorar, diz Guacira. “Não sendo qualificado para o cargo, ele será desmascarado no dia a dia, e logo será demitido, o que pode comprometer a carteira profissional.”
“A inabilidade para realizar o trabalho fica tão evidente que na maior parte dos casos o profissional é desligado da empresa ainda no período de experiência”, ressalta Bevilacqua.
Acerte
A melhor maneira, então, de chamar a atenção do recrutador por meio do currículo e obter êxito no processo de seleção é sendo fiel e estratégico na descrição das informações. Segundo Ricardo Bevilacqua, da Robert Half, o currículo deve ser sucinto (no máximo duas páginas) e precisa destacar os seguintes pontos: experiência profissional, qualificação profissional, formação acadêmica e conhecimento em línguas estrangeiras.
“Não precisa pôr foto e dar detalhes da vida pessoal como estado civil, número de filhos, CPF ou sexo”, aponta.
Conforme a consultora Guacira Ribeiro, o candidato deve ainda mencionar os pontos fortes de forma clara e objetiva. No campo “resumo das qualificações” é preciso utilizar termos técnicos da área de atuação, diz a consultora. O currículo deve contemplar também os principais projetos realizados e os resultados obtidos.

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