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Então chegou o dia pelo qual você se preparou, decorou partes importantes do seu currículo, foi ao cabeleireiro, separou sua melhor roupa. Mas, frente a frente ao entrevistador, surge a famosa “travada”.
Daí inicia-se uma reação em cadeia que tende a crescer: a voz engasta, a memória e as reações falham. Se não forem interrompidas, esse processo pode comprometer verdadeiramente seu resultado.
Timidez é um profundo sentimento de desconforto ou medo de ser criticado. Consiste em uma excessiva preocupação com as reações, atitudes e pensamentos dos outros. A inibição em situações de interação pessoal interferem a realização dos objetivos pessoais e profissionais de quem a sofre.
O problema fica evidente na diminuição de possibilidades de conquistas. A consequência pode ser a frustração por não conseguir, e, uma vez frustrado, se torna ainda mais tímido, e o ciclo continua.
O tímido é o juiz e júri que se condena a uma prisão em que é o próprio carcereiro. Existem meios para lidar com essa situação, e o primeiro passo é entender todo o processo.
Diferente da vergonha que pode surgir de um evento externo específico que causa constrangimento, a timidez para a entrevista parte do pressuposto que o avaliador pode não gostar de você, ou de algo que você venha a manifestar durante sua apresentação.
Cabe então os primeiros questionamentos: quem verdadeiramente é você? O que exatamente você tem ou quais atitudes você supõe que podem não ser bem aceitas pelo seu interlocutor?
Para qualquer resposta que se apresente, perceba que há um elemento de comparação entre você e um modelo idealizado ou mesmo alguém que você assumiu como sendo uma referência melhor.
Esse modelo apresenta características que, na sua avaliação, te faltam ou que não são boas o suficiente frente ao desafio que vai encarar. Some isso a um elemento de alucinação, pois a menos que possa ler a mente do entrevistador, você não tem como saber qual modelo ideal de profissional ele tem na cabeça.
Pergunte-se, então: não sou bom o suficiente comparado a quem? De que maneira posso apresentar minhas qualidades a fim de deixar claro que sou o mais indicado ao cargo? Se não tenho como adivinhar como o entrevistador vai pensar a meu respeito, tenho motivos para não ser autêntico?
Veja, você passou a vida inteira sendo você mesmo, e nisso você tem prática. Tentar ser ou parecer outra pessoa durante os momentos da conversa trará desvantagens claras, e isso sim pode ser percebido pelo avaliador.
A timidez é o tipo de sentimento com o qual não se negocia, ele é vencido e derrubado. A melhor maneira de superar a vergonha é “empilhar o bem”. O objetivo é mudar o foco dos pensamentos que tiram sua força e segurança, e buscar na história da sua vida os eventos e sensações de superação.
Faça uma lista de coisas que você realmente sente orgulho, seus sucessos, suas alegrias e tudo pelo qual você é realmente grato. Isso inclui pessoas que te cercam: amigos, família ou companheiro(a). Quem sentirá orgulho de você? Quem você gostaria de deixar orgulhoso?
Ao “empilhar o bem”, subjugamos e inundamos a vergonha de nossa mente. Esse processo, quando combinado com nossa decisão consciente e diária de auto aceitação, te deixará armado para o “monstro da timidez”.
Há uma frase de Ralph Waldo Emerson que define bem esse processo:

Ponha de lado a timidez e os melindres ao agir. A vida inteira é uma experiência”.

Rodapé Diógenes Gomes

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