Carreiras | Empregos

Por Rômulo Martins
A gestão do capital humano vai além do investimento em talentos, da valorização profissional e do reconhecimento do papel e do potencial de cada colaborador dentro da companhia. Gerir o capital humano implica em garantir a consonância entre os valores e anseios pessoais e profissionais e os da empresa.
Apesar de toda a cautela dos recursos humanos na hora de contratar, principalmente no pós-crise econômica mundial, em que um equívoco significa perda de capital e pode comprometer a competitividade empresarial, o choque cultural parece inevitável.
Recursos humanos e lideranças não devem medir esforços para contribuir na adaptação do colaborador em um novo ambiente de trabalho, mas este deve estar consciente de que também precisa empenhar-se.
Elaine Saad, gerente geral da Right Management do Brasil, diz que cabe ao profissional identificar as características da empresa e as necessidades de melhoria. Às organizações competem dar todo o suporte técnico e humano para amenizar os conflitos diante do choque com uma cultura nova, comum em fases de mudança ou transição.
“As maiores dificuldades, giram em torno de diferenças na comunicação, o que é permitido e o que não é em termos de comportamento, o que se espera do profissional nas diferentes situações”, explica ela.
Preparando-se para as mudanças
Na nova reengenharia corporativa, riscos são meticulosamente calculados. Qualquer mudança organizacional, seja por razões internas ou externas, é estudada para não comprometer a produtividade.
Não só as empresas, mas também os colaboradores e consumidores finais só têm a ganhar com esta lógica empresarial. Exemplo: em agosto entra em vigor a Portaria 1.510 do Ministério do Trabalho e Emprego, que torna rígido o controle do ponto. Empresas com dez funcionários ou mais deverão implantar softwares que garantam a comunicação entre a máquina de ponto e o computador para permitir que os colaboradores imprimam os comprovantes de entrada e saída.
O Registro Eletrônico de Ponto (REP) requer ainda a aquisição de um hardware específico para a maioria das empresas. A leitura das horas trabalhadas vai contemplar até os segundos. Uma tentativa de evitar fraudes nas companhias, afirma o MTE.
Dentro da lógica da reengenharia corporativa atual, a Madis Rodbel, fabricante de soluções de ponto, foi além de fornecer os equipamentos e produtos às empresas. “É importante que as empresas, principalmente a área de recursos humanos, recebam o treinamento adequado para o uso do sistema e da máquina”, destaca Rodrigo Pimenta, vice-presidente da companhia. Ao treinar profissionais, as empresas também estão diminuindo as chances de provocar conflitos na esfera empresarial.
Diálogo constante
No período de adaptação do funcionário à nova cultura organizacional, o diálogo constante com a liderança imediata e o acompanhamento dos recursos humanos são fundamentais.
Segundo Orlando Boari, consultor da TBM Consulting, a área de gestão de pessoas deve realizar um processo de introdução, que consiste em expor claramente os valores da nova organização, a sua missão e também proporcionar ao novo profissional tempo para que possa conhecer as lideranças e os gestores de todas as áreas da empresa.
Nesse contexto, o líder deve prever, compreender e lidar com os possíveis comportamentos a serem corrigidos. “Ele estabelece padrões, valores e atua como facilitador deste processo, devendo estar totalmente comprometido para a mais rápida adaptação do profissional”, diz Boari.
De acordo com Elaine, da Right Management, a equipe de trabalho também pode ajudar, à medida que forem desenvolvidas atividades para desempenharem esse papel. “Existem muitas ferramentas que podem ser utilizadas, desde iniciais que engloba a promoção do autoconhecimento até treinamentos de team-building e construção de confiança entre os membros”, destaca.

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