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Você conhece alguém ou já passou pela situação de participar de um processo seletivo com várias etapas (dinâmicas de grupo, testes psicológicos, de conhecimentos, entrevistas e tudo mais) e não receber nenhuma resposta depois de tudo isso?
Pois é, isto é cada vez mais comum no mundo corporativo e de recursos humanos. Já atuei na área e conheço bem seus meandros. Hoje, como consultor de empresas, continuo vivendo situações semelhantes aos candidatos a uma vaga de trabalho.
Diversas vezes participei de processos de levantamento de necessidades de treinamento, reuniões para definir o “briefing” do projeto e por aí vai. Deslocamentos, horas no trânsito, na recepção esperando para ser atendido e reuniões com diversas pessoas fazem parte deste processo. Até aí tudo bem.
O candidato a uma vaga, assim como o consultor, tem que ter paciência para saber perceber as oportunidades. Afinal, nós somos os maiores interessados (na visão de alguns).
O fato é que depois desta maratona de entrevistas e reuniões vem a expectativa da resposta: será que fui aprovado? Será que meu projeto é interessante aos olhos do futuro cliente? Será que preencho os requisitos necessários para a vaga?
Bem, a demora no retorno é angustiante. Principalmente para o candidato a uma vaga, pois ele não escolheu esta condição de “desempregado”.
Passam os dias e nada. Não há um retorno sequer para dizer: “estamos analisando e daremos uma resposta em tantos dias”. Passam alguns dias, às vezes uma semana, e o candidato e o consultor com aquela sensação esquisita: ligo para saber o andamento do processo ou aguardo um pouco mais?
Logo vêm o seguinte dilema: “se ligar posso parecer ansioso, desesperado, aflito e isso não é bom. Porém, se não ligar posso parecer desligado, desinteressado, arrogante e isso também não é bom”.
O que tem acontecido na maioria dos casos que vivencio e acompanho de colegas consultores, profissionais desempregados e similares é exatamente o descaso em fornecer um retorno aos envolvidos no processo.
As razões podem ser as mais variadas possíveis. Descaso por falta de tempo, por esquecimento, por desorganização interna, por desinteresse, por “achar” que já havia enviado um retorno, por vergonha de dizer que o candidato não foi aprovado, por cancelamento da vaga ou do projeto e assim por diante.
A palavra é forte, mas é descaso . Descaso principalmente com o ser humano. Com a pessoa que foi contatada pela empresa, por parte do “profissional” que, por algum motivo, se interessou em entrar em contato.
A solução é simples: respeito. Em minha história profissional na área de recursos humanos aprendi e pratiquei o retorno ao candidato, por mais simples que fosse a vaga na qual estava participando. Houve casos de cancelamento da vaga, atraso no processo, indecisão do gestor, etc. Mas as pessoas envolvidas eram monitoradas do andamento ou encerramento do processo. Seja por carta, e-mail ou o melhor: contato telefônico.
Casos de descaso não faltam. É uma pena que estão aumentando justamente num momento onde temos mais tecnologia para responder aos envolvidos. Por isso, reforço que o problema está na pessoa. No despreparo, na falta de treinamento, de vivência ou pior, na falta de respeito.
Mais do que pensar a respeito é preciso agir. Mudar a postura. Da mesma forma que o tempo é destinado para convocar, solicitar, organizar uma reunião ou entrevista é preciso organizar um tempo para o retorno do processo.
Para você que é candidato a uma vaga: ligue, cobre uma posição. Não se sinta incomodando, pois este é seu direito. O direito de fazer o que é correto.
Para você que atua do outro lado: simplesmente faça. Lembre-se que no futuro você poderá estar na mesma situação. Por isso, faça aos demais o que gostaria que fizessem com você.
Sucesso.
 

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