Carreiras | Empregos

por Juliana Ricci

Vivência internacional é hoje requisito essencial para quem deseja crescer e galgar postos importantes na carreira profissional. Em tempos de competitividade acirrada, uma das condições básicas que mantêm as empresas vivas é o conhecimento profundo dos mercados estrangeiros, bem como a presença efetiva dentro deles. Por isso, elas estão sempre em busca de colaboradores que já tenham vivido, estudado ou trabalhado em outros países.

Felizmente, muita gente já percebeu a importância desse tipo de qualificação. Dados da Brazilian Education & Language Travel Association (Belta) indicam que só no Brasil, o setor de turismo educacional faturou 250 milhões de dólares em 1998. No mesmo ano, 75 mil pessoas saíram daqui para estudar.

Segundo especialistas em recursos humanos, o curso de MBA (Master in Business Administration) é a melhor opção para o profissional que já tem alguma experiência e deseja promover um novo salto na carreira. Para Wolfgang Schoeps, reitor da Business School São Paulo, única escola brasileira de MBA onde todas as aulas são ministradas em inglês, como a globalização estreitou as relações entre os diversos mercados, é preciso que o profissional tenha contato com culturas e hábitos de outros países, o que facilita as relações e negociações do dia-a-dia.

Por isso, além do mestrado em negócios já ser uma qualificação obrigatória, como fluência em inglês, por exemplo, é essencial que o programa inclua pelo menos alguns meses de aulas no exterior. “Para o funcionário de uma multinacional, por exemplo, é a chance de entender a visão da matriz, e de orientar seu trabalho aqui no Brasil para um verdadeiro trabalho em equipe, focando o negócio da empresa de maneira global”, explica Schoeps.

Na Business School São Paulo, 55% dos alunos são gerentes que buscam no MBA umup grade profissional. Para eles a escola preparou o Global MBA, que prevê um ano de estudos no Brasil e três módulos, de dois meses cada, no exterior, passando pelo Canadá, Alemanha e China. O título é dado pela Universidade de Toronto (Canadá).

Zoila Mendes Pinto, diretora da Divisão de High Potential da consultoria Spencer Stuart, lembra que o gerente normalmente é visto pela organização como um futuro diretor, o que significa que ele precisa pensar no MBA, ou pelo menos numa pós-graduação ou extensão. “O ideal é que o curso seja feito numa universidade estrangeira, onde a qualidade do ensino é ótima e a necessidade de adaptação proporciona crescimento pessoal”, afirma Zoila.

Veja algumas dicas de Ana Maria Cadavez, consultora de Recursos Humanos da KPMG, sobre o momento e a forma ideais para fazer intercâmbio:

  • antes de tudo, é bom lembrar que a temporada no exterior exige muito planejamento. É preciso considerar os fatores dinheiro, tempo, família e emprego.
  • a melhor maneira de fazer MBA é escolher um programa realizado inteiramente no exterior, desde que o profissional continue trabalhando para a empresa, na matriz ou numa subsidiária. A intenção é aplicar os conhecimentos adquiridos, não ficar distante do mercado de trabalho, da dinâmica da empresa e da própria atividade que era exercida antes da viagem. Se houver uma reestruturação durante a sua ausência, você corre o risco de não se “encontrar” mais quando voltar.
  • ao pensar em MBA, é bom pensar também que se estiver trabalhando numa empresa que investe em treinamento, especialmente desse tipo, você terá mais chances de dividir os custos, ou de conseguir que a organização custeie todo o curso. Por isso, selecione o lugar onde deseja trabalhar considerando também o critério “paga MBA”.
  • se você não puder ficar tanto tempo fora, faça o curso aqui no Brasil mesmo. Mas dê preferência aos programas que incluem alguns meses no exterior, porque vivência internacional realmente conta ponto na hora de procurar emprego. Esse período em que você estará ausente pode ser negociado com a empresa.
  • em último caso, você pode deixar o emprego para passar cerca de dois anos fazendo MBA em outro país, mas o risco é grande porque quanto mais tempo você ficar no exterior, mais fora do mercado você vai se sentir quando voltar. Apesar do título e da experiência, a distância às vezes age como uma barreira na procura por um novo emprego. Além disso, é preciso planejar mais ainda a reserva financeira.
  • tenha consciência de que, mesmo estudando no Brasil, você terá que se dedicar muito. Com isso, terá menos tempo para a família, o lazer e os amigos. Para viver em outro país, também deverá estar preparado para lidar com as saudades.
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