Por Edson Rodriguez*
Todo mundo está vivendo mais, isso é fato. Com o aumento da expectativa de vida, o tempo em que os aposentados vivem hoje é muito maior do que há alguns anos. E a tendência é continuar aumentando. Já existe um mercado de lazer para a terceira idade e cada vez mais produtos e serviços são destinados a essa fatia da população, que não para de crescer em todo o mundo.
Ocorre que muitas pessoas se aposentam com vigor, energia, capacidade de continuar produzindo, o que é extremamente salutar, pois os benefícios de um trabalho contínuo durante os anos de aposentadoria podem acrescentar mais de uma década na vida das pessoas. Alguns estudos demonstram que homens e mulheres que continuam a trabalhar depois de aposentados têm mais chances de se manterem saudades e lúcidos. Aqueles que se mantiverem trabalhando após os 70 anos terão quase três vezes mais chances de estarem vivos aos 85 anos do que aqueles que pararem de trabalhar.
Foi-se o tempo em que a palavra aposentadoria designava o fim de uma vida produtiva. Pelo contrário, hoje é vista como um ponto de transição para uma nova fase da vida. O trabalho ajuda os mais velhos a manterem suas mentes e corpos ativos, proporcionando interação social e encontrando assim um sentido para a vida, além de ser um momento muito interessante para o indivíduo dedicar-se àquilo que ele realmente gosta de fazer.
Entretanto poucos se preparam para esse momento, o que implica lidar tanto com as transformações da rotina diária quanto com a escolha de como ocupar o tempo que agora ficou disponível.
Para o autor do livro O Poder da Idade, Dr. Ken Dychtwald, esse momento ocorre entre os 50 e 70 anos, podendo, inclusive, ser uma época de grande frustração ou ansiedade entre os indivíduos, principalmente aqueles que trabalham em áreas ou atividades específicas onde não veem uma continuidade pós-aposentadoria. É a pergunta que se fazem, seja consciente ou inconscientemente: “O que eu vou fazer daqui pra frente?”.
Imaginemos alguém que trabalhou 35 anos em áreas fabris, desde aprendiz de oficial torneiro até chegar a gerente de turno na aposentadoria. Aí, ele passou por um teste de perfil e descobriu que tem uma grande aptidão para áreas de comunicação e marketing, além de um gosto muito grande por viagens e novidades. Assim, com 55 anos, ele se decidiu por uma atividade como guia turístico, ou seja, lidar com pessoas. Essa é a sua nova carreira, e com o vigor que ele ainda tem, provavelmente poderá exercê-la por uns 15 anos ainda. É uma situação idealizada, mas que serve de modelo para aqueles que querem uma segunda carreira.
O planejamento para a aposentadoria, se e quando é exercido, geralmente se concentra em questões financeiras. A boa noticia é que muitas pessoas podem estar superestimando a quantidade de dinheiro que precisam, vários estudos mostram que as pessoas geralmente gastam muito menos com a idade.
De qualquer forma é extremamente válido fazer um planejamento financeiro onde os objetivos da vida possam ser definidos e programados devidamente, principalmente na segunda fase da carreira, onde se espera que o indivíduo trabalhe no que gosta e tenha mais tempo livre para isso.
Alguns conselhos úteis para você que está chegando aos 50 anos:
- Persiga suas paixões: do que você gosta realmente? Faça testes, descubra suas aptidões e o que você pode fazer que talvez nunca tenha feito;
- Experimente mais a natureza;
- Leia livros de assuntos diferentes e aumente seus horizontes;
- Viaje para lugares fora do circuito turístico;
- Siga uma religião, ou várias;
- Tenha muitos amigos;
- Cuide da sua saúde;
- Desfaça qualquer mal entendido entre amigos e parentes e, se valer a pena, resgate-os;
- Ouça música, vá ao teatro, ao cinema, divirta-se;
- Pratique sempre aquela frase na música do Frank Sinatra: “The best is yet to come”, ou seja, “o melhor ainda está por vir”… sempre.
*Edson Rodriguez é especialista em gestão comportamental e profissional, vice-presidente da Thomas Brasil, sócio do Your Life (www.yourlife.com.br) e responsável pelo conteúdo do módulo carreira, além de ser autor dos livros Por que alguns vendedores vendem mais que os outros?(www.porquealgunsvendedores.com.br); Conseguindo resultados através de pessoas; e Futebol para executivos
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