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Você chega todo dia mais cedo na empresa só para acessar seus e-mails pessoais? Na hora do estresse, gosta de bater-papo com os colegas pelo messenger interno? Atenção: você pode estar sendo vigiado. Muitas empresas têm como política de segurança vistoriar todas as mensagens enviadas ou recebidas por seus funcionários. E dependendo de como o serviço vem sendo utilizado, você corre um sério risco de ser demitido.

Foi assim que Jussara Oliveira, analista de sistemas, perdeu seu emprego. Funcionária de um grande provedor, ela começou a namorar com um colega de departamento, e as comunicações eram feitas via rede. ” Sei que exagerei um pouco na dose. Às vezes, chegava a parar de fazer o serviço só para discutir com ele via e-mail”, conta.
As correspondências não duraram mais do que duas semanas, tempo suficiente para Jussara ser demitida. “Não sabia que a empresa vistoriava os e-mails. Pensei que o uso fosse livre, por isso exagerei”, desabafa.
Um dos grandes prazeres de navegar pela Internet é sentir-se anônimo. Com o computador conectado à rede e o mouse à mão, o internauta lê sobre o que quiser, nos sites que escolher, quantas vezes desejar. Mas a realidade é outra: no mundo digital, é fácil rastrear os passos de um internauta. Uma pesquisa realizada pela governo americano conclui que 92% dos sites do país coletam algum tipo de informação sobre seus visitantes, e em apenas 14% os usuários são avisados de que estavam sendo espionados.
Para evitar que o funcionário sinta-se vigiado, algumas empresas pedem autorização para rastrear os e-mails. Marcos Antonio de Souza, gerente de informática do grupo Oliveira Neves, disse que todo funcionário, antes de ganhar sua senha de acesso à rede e e-mail, assina um documento mostrando-se ciente de que a empresa vistoria todo tipo de acesso feito durante o expediente.
“Auditamos todos os trabalhos feitos via web, assim temos como verificar se o funcionário não está perdendo tempo de serviço em salas de bate-papo”, alega Souza. Mas é claro que há funcionários que não concordam com esta política.
“Me sinto vigiada toda vez que mando um e-mail. Parece que a qualquer momento alguém vai aparecer com uma cópia impressa daquilo que era para ser confidencial”, acredita Cleide Juarez, advogada. Já Sueli Lucindo, diretora de conferências logísticas da Mission, acha que o abuso no serviço acaba refletindo na perda de produtividade.
Mas uma coisa todos concordam: é incorreto navegar por lazer ou, pior, usar o sistema da empresa para acessar sites polêmicos. “Acho que agi de forma errada ao usar o messenger da companhia para namorar”, admite Jussara.

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