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Quem sofre de depressão pode participar de dinâmicas de grupo?
Quem sofre de depressão pode participar de Dinâmica de Grupo? A Dinâmica de Grupo pode ajudar na recuperação destas pessoas?
Obrigado
Jorge Paulo de Oliveira Oliveira
Resposta
Olá Jorge,
Considerarei suas dúvidas sob duas vertentes: organizacional e clínica.
Em um processo seletivo, uma pessoa em estado de depressão pode sair-se muito bem, dependendo da profundidade desta. Nas depressões leves, por exemplo, o indivíduo pode assumir uma postura mais quieta, reservada, observadora, falando apenas o mínimo necessário. Se este perfil for esperado pela empresa, tudo encaixado.
Nas depressões mais profundas, por sua vez, o indivíduo participará de uma dinâmica de grupo, creio, apenas se não houver contato anterior. Explico. Este tipo de depressão pode paralisar o candidato impedindo-o, inclusive, de atender ao convite da empresa. Como esta patologia torna a pessoa pessimista, sem energia, desmotivada, desambientada, chamá-la para um processo grupal pode ser extremamente invasivo e inoportuno. Possivelmente o candidato sairá muito pior do que entrou pois, ao se comparar com outros profissionais, seu processo pode até piorar.
Este é um dos motivos pelos quais vejo como inadequada a utilização de dinâmicas de grupo como primeiro instrumento em um processo seletivo. Sem conhecer os participantes podemos cair no erro de provocar situações constrangedoras e invasivas. Lembremo-nos que os candidatos merecem o nosso melhor.
Sob o aspecto clínico, os trabalhos grupais são amplamente utilizados, pois ocorre a identificação entre os pacientes: é confortador saber que não se está sozinho nesta jornada, que há outras pessoas que sentem e passam pelas mesmas agruras e incômodos, que há diferentes formas de entendimento e superação da depressão.
Esta patologia é complexa e um dos motivos é a falta de compreensão e aceitação dos sintomas por parte do indivíduo e dos próprios familiares. Falando sobre grupos de tratamento, existem os clínicos e, também, os informais, anônimos, que visam facilitar aos participantes maior compreensão da doença, aceitação de seus limites, além do estímulo à (re)descoberta da motivação e esperança. A ausência destes dois “quesitos”, por assim dizer, é o que leva o indivíduo a cair em depressão.
Sucesso e paz profunda a você !
Dra. Izabel Failde

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