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Por Rômulo Martins
Utilizar o mesmo copo descartável ou adotar o squeeze. Usar os dois lados do papel sulfite para impressão ou transformar as folhas que não serão mais úteis em papel para rascunho. Apagar a luz da sala quando ninguém estiver nela. Ações simples que num esforço conjunto podem beneficiar a empresa e o meio ambiente. Características do profissional verde que, longe de ser mais um modismo ou uma tentativa de fazer autopromoção, são atributos valorizados e cada vez mais exigidos pelas organizações.
Mas os profissionais verdes ou orientados ao desenvolvimento sustentável ainda são uma raridade, reclamam consultores e especialistas em sustentabilidade. “Precisamos agir nas escolas e universidades para transmitir esses valores o mais cedo possível”, diz Sonia Chapman, diretora presidente da Fundação Espaço Eco.
Profissionais que têm consciência do papel sustentável no trabalho e na sociedade, portanto, estão um passo a frente, principalmente nas empresas que já mencionam em seus valores e sua missão o conceito de sustentabilidade e aplicam o discurso por meio de ações sustentáveis.
Engana-se quem ainda pensa que a ação sustentável deve estar direcionada aos profissionais das áreas ambiental, biológicas ou afins. “Sustentabilidade também engloba ações de responsabilidade social, estratégia financeira, comunicação social, governança corporativa e o relacionamento com as partes interessadas”, explica Christie Bechara, consultora e especialista em sustentabilidade pela Fundação Getúlio Vargas.
Conscientizada da importância do tema a categoria das secretárias, em São Paulo, vai lançar no próximo dia 22 a campanha“Ecoeficiência e Secretariado”, cuja proposta é promover o conceito de ecoeficiência na função da secretária para que os profissionais da área possam multiplicar a ideia e aplicá-la nas organizações.
“O secretariado também é um agente de mudança, por isso deve estimular e incentivar as empresas a tornarem-se mais sustentáveis, com a adoção de medidas simples que gerem resultados”, afirma Isabel Cristina Baptista, presidente do Sindicato das Secretárias do Estado de São Paulo.
Perfil
Na visão de Sonia Chapman, profissionais verdes ou orientados à sustentabilidade devem ser capazes de dialogar ou articular-se com os diversos públicos, tanto interno como externo. Devem ainda ter visão macro da empresa e considerar os impactos de suas ações.
“Um profissional assim tem de buscar ferramentas que orientem sua tomada de decisão considerando os fatores ambientais, econômicos e sociais”, diz.
Segundo a consultora Christie Bechara, o profissional sustentável deve definir suas tarefas de acordo com o contexto sócio-organizacional de forma a intensificar e a conduzir a longevidade do negócio. “Deve ser alguém que esteja apto a realizar tarefas definidas, mas inovadoras, e ainda colaborar para ações estratégicas, impactantes, transformadoras e alinhadas ao coletivo”, explica.
Por apresentar características até pouco tempo ignoradas pelas empresas, o profissional verde pode passar despercebido em organizações que ainda não se deram conta da importância das ações sustentáveis no ambiente de trabalho.
“Na maioria dos casos, é preciso atrever-se e infiltrar-se nas empresas para apresentar seu perfil profissional. As organizações que já têm seus negócios muito bem traçados e direcionados ao olhar do desenvolvimento sustentável, porém, oferecem boas oportunidades”, diz Christie.

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