Carreiras | Empregos

Por Rômulo Martins
Antes vista como o baixo clero das “casas de saúde”, a Enfermagem ganha importância na conjuntura atual como atividade fundamental na composição de equipes. Hoje, além da relação com o novo perfil de paciente, o enfermeiro tem contato com uma gama de profissionais da área médica na execução do seu trabalho (desde médicos a fisioterapeutas, nutricionistas etc).
Em entrevista ao Empregos.com.br, Karla Regina Dias de Oliveira, enfermeira auditora da Unimed Brasil, dá dicas aos jovens que pretendem seguir carreira na área, fala sobre a relação do enfermeiro com o “paciente-cliente” e com a equipe de trabalho, formação e outras particularidades da profissão.

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Categorias em enfermagem
A categoria de saúde em enfermagem é dividida em três: enfermeiro, técnico, auxiliar. Os cursos inseridos no mercado sem título de graduação são técnico e auxiliar em enfermagem. A diferença entre o técnico e o auxiliar é na execução de procedimentos de saúde e no tempo de duração do curso. Normalmente um curso técnico tem duração de 18 meses e auxiliar duração mínima de 12 meses, podendo chegar a 15 meses.
Importância da graduação
A graduação é importante porque aprofunda o conhecimento técnico. Enquanto no auxiliar e no técnico de enfermagem você tem a ação de procedimentos normalmente de baixa e média complexidade, para o enfermeiro, o profissional graduado, as funções são de alta complexidade. E tem envolvimentos técnico-administrativos que os outros níveis não têm.
Dicas para quem está iniciando
É uma profissão que requer muita dedicação, responsabilidade e muita ética. Nós estamos lidando com vida. Então, de fato, a premissa tem de ser: será que eu serei um bom enfermeiro? Será que eu capaz? Será que eu vou, de fato, gostar da minha profissão?
Segunda coisa: pensar que se você vai trabalhar nos hospitais e atuar com o paciente terá uma carga horária pesada e de estresse. Vai trabalhar sábado, domingo, feriado. E toda a sua rotina vai ser alterada. A rotina familiar, a rotina com o marido, com os filhos. Você está disposto?
Primeiro emprego na área
A minha dica é procurar os (programas de) trainees. Hoje nós temos hospitais privados que oferecem esse tipo de alternativa. Ele (estudante) sai da faculdade, entra como trainee dentro do hospital ganhando um salário menor. Seria um estágio a mais do que o estagiário, porém ele vai adquirir toda a prática supervisionada. Ele já é um enfermeiro formado, porém vai executar os procedimentos assistenciais sob supervisão.
É uma chance que foi aberta no mercado há mais ou menos quatro anos. Em São Paulo nós temos apenas três ou quatro instituições que oferece esse tipo de programa. Portanto uma vaga de trainee hoje é muito concorrida. Então esse profissional de saúde que acaba de sair da faculdade tem de estar muito bem informado, tem de estar com os conceitos (em mente) para poder passar nas provas, nos testes práticos. Ele só consegue isso se fez uma boa faculdade e um bom estágio.
Relação com o paciente
Hoje o cliente-paciente tem acesso à informação. Ele pode fazer uma pesquisa sobre a doença, o remédio que está tomando. Então este é um paciente-cliente mais exigente. Portanto, hoje o profissional de saúde, seja ele auxiliar, técnico ou enfermeiro tem de estar preparado para ser questionado, para ser cordial, atencioso e educado. Saber que ele está sendo avaliado o tempo inteiro.
Salário
Há um mito de que o profissional da saúde pode ter dois, três empregos e, dessa forma, pode ter uma renda muito boa. Como o mercado está inchado o salário vem caindo. Hoje você não tem grandes salários, seja para as três categorias. De fato você tem de trabalhar em dois, três empregos para ter uma renda básica. E isso pode implicar em você ficar mais cansado, mais estressado, e não trabalhar da forma correta nos três locais.
Hoje um profissional pode ganhar a  partir de R$ 1,5 mil ou pode fazer um concurso público.
Trabalho em equipe
Hoje a relação do enfermeiro, do técnico e do auxiliar não é somente com o médico. Ele trabalha com fisioterapeuta, com terapeuta ocupacional, com nutricionista. Então realmente ele tem de saber melhorar o seu relacionamento interpessoal. Ele vai trabalhar com vários profissionais diferentes, todos com um único objetivo: a melhor assistência e a melhor qualidade a esse cliente, que era chamado de paciente.

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