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Por que o selecionador pergunta sobre o animal que eu gostaria de ser?
Na empresa onde trabalho freqüentemente existem dinâmicas de grupo para seleção interna de pessoal. Na maioria delas uma pergunta está presente e eu gostaria de saber o que significa. A pergunta é: Se você pudesse ser um animal, que animal você seria? Quero saber o que cada animal representa, por exemplo o que significa eu dizer que gostaria de ser uma águia, um leão, um golfinho, ou um cavalo?
Obrigada
Jacqueline Custodio
Resposta
Olá Jacqueline,
Sua dúvida é a dúvida de um número enorme de candidatos.
Quando o selecionador opta por uma dinâmica projetiva, ele deseja que o candidato fale de si próprio indiretamente. Isto pode facilitar a comunicação impedindo o constrangimento de falar diretamente sobre si próprio. De forma geral, ninguém se sente à vontade com perguntas diretas. Assim, através de materiais (objetos diversos, desenhos) ou figuras existentes e imaginadas naquele momento (animais, plantas) os candidatos falam sobre si próprios de forma indireta. Vou exemplificar para esclarecer melhor.
Hoje, em um processo seletivo, se a selecionadora me perguntasse que animal eu gostaria de ser, responderia um beija-flor. E por que? Bem, para mim, o beija-flor é livre; seu trabalho é prazeroso pois vive “cheirando” flores; é um facilitador da multiplicação e da diversificação das flores; tem autoconhecimento e autocontrole sobre seu corpo, uma vez que consegue parar no ar, como os helicópteros. Além disso, é bonito, transmite-me simpatia, aconchego, felicidade.
Neste exemplo, na realidade, não estou falando do beija-flor. Estou falando de mim. Falo de características que eu tenho ou que são importantes para mim. Quer ver? Sinto-me livre para ser quem sou. Tenho enorme prazer no meu trabalho pois sou uma felizarda: faço o que gosto. Estudo e me aprimoro para facilitar o processo de aprendizagem das pessoas com as quais trabalho. Estou em constante processo de autoconhecimento, fator essencial para meu desenvolvimento pessoal e profissional. Busco meu autocontrole emocional e corporal, mesmo que este último esteja parado neste momento (nos últimos tempos relaxei na atividade física). Vejo-me como uma pessoa bonita pois sou feliz. Transmito aconchego e simpatia aos amigos (eles me procuram e me fazem sentir isso).
Com o exemplo do animal, falei muito sobre minha personalidade, de forma espontânea, indireta, não persecutória. Transmiti à selecionadora um pouco de mim, como me vejo, valores importantes da minha vida. O mesmo acontece durante uma seleção, quer externa ou interna.
Você também pergunta sobre o significado dos animais. A Psicologia Organizacional não se preocupa em interpretar o que os profissionais falam, no sentido clínico da palavra. Tanto faz você escolher uma tartaruga ou uma raposa; não há certo ou errado. O que importa é o que você fala sobre o animal.
Por outro lado, agora que você já sabe o que os animais mostram em um processo seletivo, não adianta se preparar para esta pergunta e perder a espontaneidade. Se, em uma seleção, você escolher ser um lobo, pois é astuto, rápido, luta pelo que quer, só trabalha em equipe e, durante todo o processo você não demonstrar nada disso, sua “cola” terá sido em vão.
Faça este exercício. Imagine-se em um trabalho que você gostou muito, que lhe trouxe grandes alegrias. Que animal se associaria a você naquele momento? Por que?
Por outro lado, lembre-se de uma situação não muito agradável, que lhe trouxe mais dissabores do que aprendizagens. Considerando aquele momento, qual animal você seria? Por que escolheu este?
Responda, então: é o mesmo animal? Tenho quase certeza de que sua resposta é “não”. E o motivo é simples: somos pessoas em processo de transformação constante, e isto também é transmitido em um processo seletivo. Por isso, um candidato é avaliado pelo conjunto do que mostra, não por aspectos isolados, independentes.
Agora… permita-me um aparte: diga ao setor de Seleção de sua empresa para utilizar outra dinâmica. Esta, certamente, já está muito batida !!!!
Sucesso e paz profunda a você.
Dra. Izabel Failde

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