Carreiras | Empregos

por Izabel Failde*
Nas empresas em que presto consultoria e nos cursos que ministro, costumo ouvir as mesmas dúvidas. A mais comum delas refere-se ao feedback aos candidatos:
– Devo dizer o motivo pelo qual o profissional não foi selecionado?
– Se quiser ver os testes, o que faço?
São perguntas freqüentes e as dúvidas partem tanto de veteranos quanto novatos em Recrutamento e Seleção.
Todos sabemos o quanto é difícil dizer a um candidato que ele está desmotivado, por exemplo, ou que o dente cariado frontal pode causar uma péssima imagem aos clientes. Mas, por quantos processos seletivos estes profissionais já passaram ( e por quantos passarão ) sem saber os motivos pelos quais foram preteridos?
Neste momento entra o que chamo de “Responsabilidade Social do Selecionador”. Como profissional atuante e “antenado”, o selecionador é o melhor “termômetro” que se pode ter quando o assunto é “perfil profissional”. Além de estar amplamente familiarizado com os perfis de sua empresa, está trocando constantemente informações com o mercado. Ele, melhor do que ninguém, sabe que o “ciclo vicioso” é um dos grandes demolidores do sonho do emprego. Quer exemplos?
Empresas não contratam um profissional desanimado, desmotivado, depressivo. Nem podem. A possibilidade dele “derrubar” o restante da equipe é enorme, só para citar um motivo.
Empresas não contratam profissionais que não cuidam da aparência pessoal. Nem podem. Todos sabemos o quanto uma imagem pode dizer e significar. Então esse candidato não é aprovado. Assim sendo, continua sem dinheiro para se cuidar e o ciclo recomeça.
Você pode não acreditar, mas, mesmo com tantas informações sobre carreira profissional disponíveis em revistas e sites como o próprio Empregos.com.br, ainda há muitos profissionais que não entenderam a mensagem. Um dos grandes motivos é o fato de pensarem: “isto não é pra mim”, “eu não sou assim”, “eu não faço isso”. As coisas só são modificadas quando temos consciência delas.
Repensando sobre o feedback: além do direito legal de receber sua avaliação no processo seletivo, o candidato necessita que alguém lhe oriente, que mostre a verdade sobre sua condição profissional. Que sejamos nós, então, os selecionadores que enfrentam e se aborrecem diariamente com candidatos despreparados – mais um aspecto do ciclo vicioso…
Dar feedback é um exercício de objetividade e avaliação técnica, misturado com boas doses de “saber-onde-como-e-o-que-falar”, amor, carinho e percepção aguçada. A partir de agora, em vez de negar feedback, pense sobre a sua responsabilidade de oferecer ajuda àquele que se mostra aberto a recebê-la. É uma questão de treino, responsabilidade e amor ao próximo.
Sucesso e paz profunda a você.
* Izabel Failde é psicóloga e especialista em Dinâmicas de Grupo do Empregos.com.br

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