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Por Rômulo Martins
O perfil de liderança exigido pelo mercado mudou e as empresas perceberam que as mulheres também têm feeling para chefiar. Essa é a constatação de um estudo exclusivo conduzido pelo Instituto Great Place to Work com as “Melhores empresas para se trabalhar”. Em contrapartida, as mulheres ainda ganham menos que os homens, mesmo atuando numa mesma posição profissional que eles, e levam mais tempo para ascender a um cargo de liderança, apesar de dedicarem mais tempo a estudo e aprimoramento profissional.
Integram a pesquisa 100 companhias. Elas empregam juntas 403.587 funcionários, sendo 174.902 mulheres, o que corresponde a 43% dos postos de trabalho.  Nestas empresas, dos 55.161 cargos de liderança, 36% (19.586 postos) pertencem às mulheres. Em 1997, apenas 11% dos cargos de chefia eram ocupados por mulheres. A pesquisa mostra ainda que, em 2008, oito mulheres estavam na presidência das 100 melhores empresas para se trabalhar. Hoje são dez. Nos Estados Unidos são apenas quatro: Recreational Equipment Inc. (Sally Jewell); W.L. Gore & Associates Inc. (Terri L. Kelly); Children´s Healthcare of Atlanta (Donna Hyland) e Build-A-Bear Workshop (Maxine Clark).
“Acreditamos que as empresas buscam incorporar no modelo de gestão as características femininas como maior capacidade de delegar, facilidade no relacionamento interpessoal, talento para gerir equipes e poder de negociação”, afirma Tatiane Tiemi Shirazawa, gerente de relacionamento do Instituto Great Place to Work.
O estudo aponta também que nas empresas em que o contingente feminino é maior na liderança, o clima interno é melhor. Ainda segundo o levantamento, o índice de confiança dos funcionários nas organizações presididas por mulheres é de 83% contra 81% das empresas lideradas por homens. Na contramão, mulheres demonstram níveis de satisfação menores do que os homens: na média geral, o índice de satisfação dos homens é de 83% versus 76% das mulheres.
Para Tatiane, a valorização do perfil feminino por parte das empresas representa uma importante evolução, pois o cenário era outro quando a pesquisa foi iniciada, há mais de uma década. “No passado, as mulheres selecionadas para cargos de liderança, dadas as enormes dificuldades para ocupar espaço, deixavam de lado as características femininas, pois precisavam apresentar um comportamento idêntico ao dos pares masculinos”, diz.
A crise econômica mundial também serviu para mostrar às empresas a importância das características presentes no perfil feminino de gestão, afirma Tatiane. Não por acaso, diz ela, registrou-se o aumento da presença das mulheres tanto em cargos de chefia, quanto nas presidências.

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