Carreiras | Empregos

Na medida em que as empresas transferem para o profissional a responsabilidade de gerir a carreira, novas formas de trabalho e de relacionamento começam a surgir. Uma delas é o Home Office, modelo de trabalho em que o profissional transfere as atividades da organização para a própria casa. Nela o colaborador nunca foi tão dono de sua vida profissional.
Esse tipo de relação justifica-se com a implementação da gestão por metas nas companhias. Nessa linha, você recebe pelos resultados, não pela quantidade de horas trabalhadas. Bom para as empresas e para os profissionais. Aquelas economizam e lucram mais, estes têm melhor qualidade de vida e mais tempo para aproveitar a vida pessoal. Executivos, vendedores, consultores aderem cada vez mais aos escritórios em casa. Só vão à empresa para as reuniões em equipe.
“As grandes cidades sofrem com a questão do planejamento urbano, do trânsito. Assim, por que não a empresa ajudar o profissional nesse sentido diminuindo a sua carga de estresse e, como consequência, aumentando a produtividade e a eficácia no trabalho?”, contesta Gilberto Wiesel, consultor organizacional.
Nesse cenário, o profissional conta com uma forte aliada, a tecnologia. Ela garante a comunicação entre ele e a organização. Computadores, internet, telefone, celulares e suas ferramentas são indispensáveis na relação Home Office. “A tecnologia facilita o contato remoto. Webcam e skype, por exemplo, são recursos que mesmo a distância permitem o contato visual”, diz Priscilla Telles, gerente executiva da Ricardo Xavier Recursos Humanos.
Novo formato, novas necessidades
Quem pensa que trabalhar em casa é a solução para livrar-se da hierarquia empresarial e uma forma de libertar-se de algumas responsabilidades indesejadas está enganado. Segundo consultores organizacionais, o Home Office requer do profissional disciplina rígida e maturidade. “Nessa relação a separação entre trabalho e vida pessoal torna-se mais tênue”, afirma Priscilla.
“O profissional precisa criar mecanismos próprios de gerência e de controle já que tem de delegar tarefas para si”, observa Olavo Henrique Furtado, coordenador dos cursos de MBA da Trevisan Escola de Negócios. Por isso, cônjuge, filhos e empregados devem estar conscientes de que no horário de trabalho o profissional não pode ser interrompido, mesmo que estejam a poucos metros de distância, ressalta o consultor.
Os donos dos cargos de chefia ou liderança têm um grande desafio: liderar sua equipe a distância, com o uso da tecnologia. Esta não substitui o contato face a face, portanto reuniões periódicas são necessárias para manter o espírito de equipe e lembrar o profissional que ele é parte de uma organização. Com estemodelo de trabalho, outra preocupação é com as alterações contratuais.
No Home Office é preciso ainda tomar cuidado para não trabalhar demais, já que a dissociação entre vida pessoal e profissional fica mais sutil. É imprescindível que o profissional tenha em casa um escritório com todo o suporte tecnológico adequado – computador, internet, telefone etc – para assegurar a eficácia do trabalho.
Nem todos os profissionais estão preparados ou adaptam-se a esta forma de trabalho, afirmam consultores organizacionais. Para estes, o trabalho acontece e depende das relações face a face. Segundo consultores, é necessário ser honesto e dialogar constantemente com o chefe ou a empresa no caso de qualquer desconforto.

Avalie:

Comentários 0 comentário

Os comentários estão desativados.