Carreiras | Empregos

por Daniele Aronque
Pare e pense – quantas vezes você já parou para comer um belo cachorro-quente na saída da faculdade ou durante um daqueles horários de almoço corridos? Os chamados “dogueiros” estão espalhados por todos os cantos de São Paulo – são mais de 5 mil carros e barracas na cidade -, a ponto de virarem motivo para pesquisa.
Foi justamente esse o primeiro tema escolhido pelo Instituto Unisa de Pesquisas Econômicas e Sociais (parceria entre a Universidade Santo Amaro e a GTEC, produtora do programa Pequenas Empresas Grandes Negócios), que iniciou sua atividades há seis meses.
“Não há como negar que os vendedores ambulantes estão espalhados pelo mundo inteiro. Podemos considerar que o mercado dos dogueiros ainda está em crescimento em São Paulo e deve gerar muitas vagas e oportunidades no mercado informal. Além de ser lucrativo, os números atuais não atendem nem 1/3 dos consumidores potenciais da cidade”, analisa o professor Agostinho Turbian, diretor do Instituto e um dos responsáveis pela pesquisa.
Mas quem são esses comerciantes que chegam a movimentar cerca de R$120 milhões ao ano? De acordo com a pesquisa, a maioria dos dogueiros está na região Sudeste (57,1%). São pessoas que, não tendo mais oportunidade de trabalho no mercado formal, enxergam na venda ambulante um meio de subsistência e uma forma de garantir o sustento de sua família.
“Os dogueiros formam um grupo especial, que mesmo estando dentro da chamada economia informal, trazem muitos lucros e empregos para empresas e comércio, pois todos os produtos que compram vêm do mercado formal”, diz o professor.
Os números desse mercado chegam a ser impressionantes: em cada ponto de venda passam cerca de 150 mil pessoas ao ano. Por dia são consumidas 320 mil unidades de salsicha, 150 mil pãezinhos e 200 mil latas de refrigerante – com isso, estima-se que os dogueiros gerem cerca de 20 mil empregos indiretos entre os produtores e entregadores das mercadorias. “Além de garantirem sua sobrevivência eles contribuem na economia formal com as pessoas que têm emprego fixo”, afirma Turbian.
Esse levantamento “sócio-econômico” feito pelo Instituto mostra que alguns dogueiros (principalmente aqueles instalados em áreas de grande circulação como universidades e centros empresariais) têm um faturamento médio mensal de R$2 mil, com uma margem de lucro líquido de 70%, o que contribui para o aumento do número de vendedores que montam seus comércios em veículos como a Towner e outras vans.
Mesmo sendo um mercado que surgiu devido às dificuldades econômicas do país e que ainda vive sem regulamentação, o comércio ambulante de cachorros-quente tem se mostrado uma alternativa eficiente para quem não consegue uma recolocação profissional. Para muitos, sem dúvida, tem-se mostrado uma grande saída!
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