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Por Rômulo Martins
Impulsionada pela lei de acessibilidade da pessoa com deficiência e mais recentemente pela regulamentação da profissão, surge a necessidade da profissionalização de tradutores e intérpretes da Libras – a Língua Brasileira de Sinais.
Os interessados em trabalhar como tradutor devem estudar ao menos dois anos e ter contato com surdos, os nativos da língua, para adquirir fluência na Libras. É necessário ter ensino médio completo e frequentar cursos de educação profissionalreconhecidos pelo sistema que os credenciou, extensão universitária e formação continuada promovidos por instituições de ensino superior ou credenciadas por secretarias de educação.
A formação de tradutor e intérprete de língua de sinais pode ainda ser realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, desde que o certificado seja reconhecido por uma instituição de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação.
Segundo o professor e tradutor Ricieri Palha, 23 anos, o salário mensal do profissional da área varia de R$ 1,1 mil a R$ 1,6 mil por quatro horas trabalhadas ao dia. Para quem atua como prestador de serviço, fora do regime CLT, o rendimento é de R$ 50 a hora.
Palha afirma que o tradutor da Libras precisa ter o domínio da estrutura gramatical da língua e conhecer a cultura do surdo, bem como as leis que regem a pessoa surda. “A Libras não é apenas uma linguagem. É uma língua. E como toda língua tem suas riquezas e estrutura próprias”, explica o tradutor.
Além disso, deve ter boa expressão corporal, já que utiliza apenas o corpo para se comunicar, e ser fiel nas traduções e interpretações. Formação em artes cênicas é considerada diferencial ao tradutor e intérprete de língua de sinais. Nos casos em que traduz mensagens escritas, deve adaptar a Língua Portuguesa ao modo de dizer dos surdos ou vice-versa. “O tradutor da Libras passa por diversas situações de imprevisto. Costuma pagar alguns ‘micos’ e precisa interpretar com fidelidade opiniões alheias, mesmo que discorde delas”, conta Palha.
É abrangente o campo de atuação do tradutor. O profissional pode trabalhar em escolas e universidades, congressos, TVs, restaurantes e hotéis etc. Empresas que contratam pessoas surdas precisam do tradutor de língua para ajudar no treinamento e integração destes funcionários à equipe.

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