Por Rômulo Martins
Em fase pré-vestibular, Nathália Tavares, 19, já tinha feito teste vocacional para descobrir qual profissão seguir, mas continuava incerta. Com o incentivo de colegas do cursinho que haviam passado pelo coaching, experimentou o processo. Deu certo. Está no segundo semestre de Marketing pela Universidade de São Paulo (USP).
Cada vez mais os profissionais brasileiros recorrem ao coaching para direcionar a carreira ou melhorar a performance. Segundo a Sociedade Brasileira de Coaching, o crescimento chega a 300%. Priscila de Sá, coach da instituição, explica que a principal finalidade do coaching é auxiliar o coachee (aquele que recebe o coach) a ter foco na carreira a fim de delimitar prioridades e alcançar metas.
“O primeiro resultado é o aumento na produtividade, porque se você tem foco, tem menos ladrão de tempo. Dessa maneira, ganha a empresa, ganha o profissional”, destaca Priscila.
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De acordo com Sulivan França, presidente da Sociedade Latino Americana de Coaching, o coaching é um processo pragmático que reúne duas pessoas – o coach e o coachee – em busca de crenças e valores pessoais.
Dentre os objetivos do coaching, França destaca a capacidade de desenvolver competências específicas para o desempenho de atividades. “No processo de coaching são utilizadas ferramentas de acesso para o levantamento de competências, perfil comportamental ou inteligência emocional”, elucida.
Coaching, para quem?
Ao contrário dos Estados Unidos, no qual o coaching começou a ser aplicado aos profissionais do esporte, no Brasil, profissionais da área de humanas, principalmente administradores e psicólogos, utilizaram primeiramente o coaching. Na Sociedade Latino Americana de Coaching profissionais da Educação Física aparecem em terceiro lugar no uso da ferramenta.
Procura pelo coaching no Brasil*

*fonte: Sociedade Latino Americana de Coaching
Segundo Priscila de Sá, da Sociedade Brasileira de Coaching, o processo é recomendado especialmente aos profissionais que acabaram de ser promovidos, por desenvolver a capacidade de liderança, e a quem perdeu o emprego e está em busca de recolocação, por restabelecer a autoestima e a autoconfiança do profissional e proporcionar a autoavaliação.
Para quem busca direcionar a carreira ou está em fase de escolhas profissionais, o coaching é válido por dirimir ou eliminar erros. “O quanto antes o jovem estiver comprometido com os seus objetivos e valores, mais empregável ele será. Assim como o coaching, a empregabilidade também é um processo”, aponta Priscila.
Carreira de coach
Atuar como coach tem se mostrado uma alternativa viável e promissora. Mas quem deseja seguir carreira na área deve tomar cuidados. É que o coaching tem sido associado a coisas ruins, como o charlatanismo. “Busque uma entidade de credibilidade, que seja reconhecida”, sinaliza a coach Priscila de Sá.
Ela ressalta que a atividade não é regulamentada, porém alguns critérios costumam ser avaliados pelas escolas que formam coaches para o exercício da função. “É preciso gostar e entender de comportamento humano, sociologia, marketing.”
Sulivan França, da Sociedade Latino Americana de Coaching, destaca que há vários tipos de coaching. O indivíduo, portanto, pode escolher o mais adequado ao seu perfil. “Há o professional life coach ou coach de vida, o executive coach – para desenvolver competências do executivo, o leader coach – para aplicar o coaching em grupos, o master coach – nível mais avançado que prepara o coach para diversos casos, dentre outros”, explica França.