Carreiras | Empregos

Por Rômulo Martins
Primeiro de maio, Dia do Trabalho, está próximo. Mais que comemorar o saldo positivo de geração de empregos no Brasil, o Empregos.com.brpreocupou-se em analisar o índice de satisfação dos trabalhadores brasileiros com base em dois estudos. Os números não são nada favoráveis. Pesquisa realizada pelo International Stress Management Association (Isma) indica que 70% dos profissionais sofrem de estresse ocupacional. Outro levantamento divulgado pela Época Negócios revela que 84% dos executivos estão infelizes no trabalho.
Estes e outros dados que avaliam o clima no ambiente corporativo e a satisfação dos funcionários com o trabalho comprovam o que vêm afirmando repetidamente consultores empresariais: as organizações estão doentes. Ser feliz no trabalho nesse contexto torna-se um desafio. Sem autonomia emocional a felicidade passa a ser um objeto inalcançável.
“É um desgaste muito grande o profissional lutar por uma causa da qual não tem nenhum poder de decisão ou influência”, diz Floriano Serra, diretor-executivo daSOMMA4 Gestão de Pessoas, para quem a felicidade no trabalho é possível. “Para reivindicar melhores condições de trabalho em termos emocionais é necessário antes ter controle sobre suas próprias emoções”, destaca.
A harmonia na relação capital humano versus trabalho parece estar ainda mais longe de se tornar possível quando se fala da ocorrência frequente de burnout – estresse crônico ocupacional causado pelo desgaste físico e mental intenso – e debullying corporativo – termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, provocados por um indivíduo ou grupo de pessoas.
Psicólogo com pós-graduação em propaganda e marketing, Serra afirma que um dos maiores erros dos profissionais é absorver problemas externos, seja da chefia ou dos colegas de trabalho, que acabam contaminando o indivíduo e interferem em sua performance profissional.
Serra, que palestrou recentemente em São Paulo a profissionais da área de gestão de pessoas, acredita nos resultados de alguns recursos utilizados para auxiliar a excelência no trabalho e o controle das emoções como a programação neurolinguística e o coaching, desde que sejam bem aplicados e compreendidos.
“O coaching não pode jamais induzir o profissional a uma ação ou outra para beneficiar somente a empresa. O coaching visa, antes de tudo, tornar a pessoa realizada, mesmo que esta realização seja fora do ambiente de trabalho. Isso precisa ficar bem claro”, diz ele. “Se você não está se adaptando aos valores e princípios da organização, para que sofrer? É melhor negociar com a empresa uma saída honrosa”, completa.
Felicidade no trabalho, diz o psicólogo, também depende da adoção de um estilo de vida equilibrado. “A vida não é só trabalho”, fala. E se “o trabalho deve der divertido senão você estará desperdiçando a sua vida”, como afirmou o médico norte-americano Patch Adams, famoso por utilizar a brincadeira como método para ajudar na cura de doenças, Serra sente-se à vontade para falar em espiritualidade no trabalho.
“Espiritualidade nas empresas não tem nada a ver com religião. É uma preocupação maior com a essência das pessoas, pela capacidade delas em compartilhar, serem generosas, praticarem bondade. Sem dúvida, esta é uma saída eficaz para combatermos as doenças que tomam conta das organizações.”
Querer é… poder
Obviamente todos querem ser felizes no trabalho. No entanto, o que os profissionais deveriam se perguntar, diz Serra, é se o comportamento adotado na empresa contribui para gerar um clima de felicidade.
Se a resposta é sim, o profissional utiliza todas as ferramentas para suscitar uma atmosfera harmoniosa na empresa, porém a cultura organizacional não o favorece e ele está insatisfeito com as condições de trabalho, deve partir para o plano B sem deixar de atender às expectativas do emprego atual. “Nas horas vagas, prepare o seu currículo e não deixe de fazer networking”, aconselha Serra.

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