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Por Leticia Bechara *
Quando me preparei para o vestibular, em 1989, tinha 18 anos. Naquela época fiz um teste vocacional que indicou algumas opções: Direito (tinha boa argumentação), Psicologia e Medicina. Entre as três, a que realmente me identifiquei (na época!) foi Psicologia – até porque para fazer Medicina seriam quase 10 anos entre a entrada e a conclusão do curso, e havia previsões (de Nostradamus) que o mundo acabaria no ano 2000. Seria o grande fim do milênio…
Bom, ingressei na faculdade de Psicologia. Mas, depois do primeiro semestre, percebi que a realidade era bem diferente do que sonhei para a área. Resolvi dar um tempo: fiz um intercâmbio, aprimorei meu inglês e, quando voltei, entrei no curso de Administração. Depois da conclusão do curso (levou sete anos por conta de alguns acidentes de percurso), me dei conta de que queria ser professora. Fiz o curso de Pedagogia, com mestrado em Educação. Nessa fase, foi bem mais fácil selecionar a área, o foco, o curso, iniciar e concluir as etapas. Já tinha mais de 30 anos.
Essas experiências deixam claro para mim que transformar a escolha em definitiva aos 17, 18 anos é quase fatal. Não temos maturidade, experiência ou qualquer noção do que seja a profissão. Isso explica, em parte, o alto índice (50%) de desistência na conclusão da graduação e, por outro lado, o aumento crescente que o EAD (Educação à Distância) vem tendo. De cada cinco alunos que ingressam no ensino superior, um segue no EAD. A faixa etária desse público varia entre 21 e 26 anos, de acordo com pesquisa.
Nessa idade, algumas coisas já estão mais claras. Já passamos o estresse do vestibular, fizemos algumas escolhas, nos decepcionamos com algumas outras, tivemos algumas experiências profissionais mais reais, e temos certa convicção do que realmente queremos. As empresas percebem esse profissional mais focado e definido e costumam dar oportunidade para que ele ingresse na organização, em busca de atualização.
Segundo pesquisa da Data Popular, para mais de 70% dos jovens a atualização profissional é importante ao longo de toda a carreira. Aliás, esse é o caminho natural: buscar base teórica diante dos desafios da vida prática. Meu conselho nessa história toda: nada é 100% definitivo. A melhor opção é aquela que fazemos para o momento em que estamos vivendo, analisando todas as alternativas. Não tenha medo de escolher, errar ou de descobrir outra vocação ao longo do percurso. Serão experiências que tornarão você melhor do que pode ser.
*Leticia Bechara é coordenadora de vestibular da Trevisan Escola de Negócios.
E-mail: leticia.bechara@trevisan.edu.br

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