Carreiras | Empregos

Por Gutemberg Macedo
A demissão involuntária é uma realidade em nossas empresas. Todos os dias tomamos conhecimento sobre profissionais que foram afastados abruptamente de suas organizações pelos mais diferentes motivos:

  1. Desonestidade
  2. Desempenho medíocre
  3. Falta de inteligência social
  4. Inabilidade política
  5. Estagnação profissional
  6. Assédio moral ou sexual
  7. Condições políticas, sociais e econômicas adversas, etc.

A demissão involuntária tem três causas básicas:
– O próprio profissional – Ele é o único agente responsável pela própria demissão, apesar de que, na maioria das vezes, procura se eximir de qualquer tipo de responsabilidade e joga a culpa sobre os outros.
A empresa – Essa nunca deu a atenção merecida aos sinais visíveis do comportamento do mau profissional em seu ambiente: impontualidade, falta de comprometimento na execução de seu trabalho, desempenho medíocre, falta de respeito para com os colegas de trabalho, conflitos de interesse, linguajar degradante e humilhante, entre tantos outros.
Além disso, a empresa nunca foi capaz de avaliá-lo competentemente e lhe dar um feedback objetivo, claro, transparente e direto sobre suas inúmeras vulnerabilidades. A sensação que se tem desse comportamento por parte de muitos superiores é a de que ele ou ela é adepto do mantra que diz: “deixe ele ou ela se enforcar com a própria corda”.
Os gestores adeptos dessa filosofia são extremamente danosos às organizações, visto que eles causam enormes prejuízos: os recursos dos acionistas são dilapidados, o ambiente interno se deteriora rapidamente, o talento humano é desperdiçado e o futuro da própria organização está comprometido.
A situação do mercado – Competição acirrada, ênfase na redução de custos a qualquer preço, recessão econômica, transferência do parque industrial para outra cidade, estado ou país, fusão, aquisição, obsolescência tecnológica, etc.
Nessas condições, o profissional, na maioria das vezes, não pode evitar a sua demissão. Ela foge ao seu controle. Portanto, a única coisa a fazer é estar sempre preparado para se posicionar no mercado. Essa é a garantia de que não ficará desempregado por muito tempo.
A demissão, por maior que seja o estresse que ela provoque nos demitidos (o estresse quando resultante de uma demissão é menor apenas que o da morte e do divórcio), representa uma das maiores e melhores oportunidades oferecidas ao profissional e a sua carreira. Reconheço que no momento em que ela ocorre é muito difícil encará-la como tal.
Vejamos alguns depoimentos de executivos assistidos pela Gutemberg Consultores em seu processo de transição – outplacement – que corroboram para o fortalecimento de meu argumento:
-“Ser demitido de minha empresa foi a melhor coisa que aconteceu à minha vida.”
– “Eu jamais poderia ter dado uma guinada tão radical na minha vida, se não tivesse sido demitido. Eu estava acomodado e necessitava de um choque de alta voltagem.”
– “Agora, passado o sufoco de minha demissão inesperada, estou com o meu caráter mais fortalecido e apto para encarar novos desafios de maneira totalmente diferente. Ganhei uma nova alma.”
– Mas, como manter a calma diante de uma notícia tão desagradável e quando o futuro da carreira e da família parece ameaçado para sempre?
Caro leitor, aqui estão algumas sugestões para sua reflexão e ação imediata:

  1. Encare a demissão como um presente divino para promoção de sua renovação pessoal, profissional e familiar. Lembre-se que tudo tem um propósito debaixo do sol. Portanto, não se desespere, mesmo que no momento, este propósito não esteja claro para você.
  2. Respire profundamente antes de falar. O seu cérebro não funciona bem quando você não respira de maneira adequada. Consequentemente, você pode vir a falar coisas que não deveria.
  3. Não saia imediata e apressadamente à procura de novo posto de trabalho. Relaxe e prepare-se da melhor maneira possível para prospectar o mercado. Quanto mais preparado estiver, melhor para você. Nunca subestime a importância do preparo, em especial, nessas ocasiões.
  4. Aproveite o tempo que tem à sua disposição para ler tudo o que puder sobre o mercado, suas armadilhas e oportunidades. Não seja displicente ou mesmo preguiçoso.
  5. Negocie, hábil e pacientemente, o pacote financeiro de sua rescisão – carro, seguro de vida, laptop, telefone celular, assistência médica e odontológica, outplacement, bônus, etc. Quanto mais lúcido estiver, melhor você poderá negociar.
  6. Revise e negocie o orçamento mensal de suas despesas com a esposa e filhos. Sugiro que faça uma redução de trinta por cento. A mensagem aqui é muito simples: “Cuide de seus centavos e os milhões cuidarão deles próprios”.
  7. Uma vez preparado para sair ao mercado em busca de novo posto de trabalho, use todos os canais disponíveis – headhunters, rede de relacionamento, broadcast letter, anúncios em jornais e revistas especializadas, internet, câmaras de comércio, sindicato, associação de ex-alunos, etc.

Caro leitor, o sucesso de sua prospecção se contrai ou se expande proporcionalmente ao seu esforço individual. Portanto, faça de sua busca um trabalho de dez a doze horas, de segunda a sexta feira.

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