Carreiras | Empregos

Por Rômulo Martins
A bancária Ana Claudia Campofiorito de Matos, 26 anos, vai se casar em outubro deste ano, mas começou a organizar a cerimônia e o jantar que será oferecido à família e aos padrinhos em janeiro. A cinco meses do casamento, os preparativos são tantos que Ana se pega resolvendo detalhes da data durante o expediente.
“Às vezes paro o que estou fazendo no trabalho para marcar coral, fotógrafo. Fico pensando se tudo vai dar certo, nos detalhes do dia, se os padrinhos vão se atrasar.”
Especialista em desenvolvimento profissional do Empregos.com.br, a consultora e psicóloga Adriana Fellipelli diz ser inevitável a influência pessoal no trabalho, principalmente quando se trata de datas significativas.
Ela assinala, contudo, que a entrega de resultados não deve ser prejudicada pela ansiedade ou expectativas geradas por eventos como o casamento. “O casamento e a carreira devem andar em harmonia.”
Segundo Cássia Franco, coach e especialista em terapia de casal e família pela PUC São Paulo, bons resultados no campo pessoal e profissional nos meses que antecedem o matrimônio só podem ser alcançados com planejamento. Para ajudar os noivos com os preparativos ela propõe o coaching para casamento.
“É um processo vivenciado em dez etapas, focado na resolução de problemas e criação de soluções produtivas, enquanto se desfruta a alegria de arquitetar o casamento que sua imaginação idealizou”, explica.
A especialista afirma que o preparo e o foco nos objetivos podem tornar os dias que precedem a data mais produtivos. “As mulheres, sabidamente mais exigidas que os homens para provar suas competências, podem tirar proveito da situação apresentando soluções inovadoras que exponham seu talento e criatividade.”
Carreira
A consultora Adriana Fellipelli destaca a importância de avaliar o momento de carreira antes de decidir se casar. “Se você está prestes a receber uma promoção ou ser transferido de cidade é natural que isso (mudanças) influencie sua vida pessoal.”
De acordo com Adriana, o momento ideal para se pensar em casamento é quando o profissional já tem uma vida financeira estável e se sente tranquilo no trabalho. “Seu chefe não precisa participar da decisão, porém deve estar ciente dos seus planos.”
Maio é conhecido tradicionalmente como o mês das noivas, porém, a bancária Ana Claudia de Matos, que vai se casar em outubro, diz que a questão financeira pesou mais na escolha da data. Ela programou as férias no trabalho após a realização da cerimônia.
Gravidez
A média de filhos por mulher no Brasil caiu de 6,1 para 1,9 nos últimos 50 anos, mostra o IBGE. Já o percentual daquelas que optam por não serem mães subiu de 10% para 14%, estima o demógrafo José Eustáquio Alves, pesquisador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE.
Para Cássia Franco, coach e especialista em terapia de casal e família, o aumento do número de mulheres que não querem ter filhos deve-se à introdução da pílula anticoncepcional e à presença delas no mercado de trabalho. “A mulher ganhou independência financeira e segurança para escolher com quem de fato quer dividir a vida. Ser mãe passa a ser uma escolha entre tantas outras.”
A bancária Ana Claudia de Matos, 26 anos, ocupa o cargo de gerente de relacionamento em um grande banco em São Paulo. Ela planeja ter filho daqui a dois anos, mas teme a consequência dessa decisão em sua carreira. “Quando voltar da licença-maternidade talvez não fique na mesma agência, já que o cliente não pode ficar seis meses sem gerente.”

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