Carreiras | Empregos

Por Gutemberg B. de Macêdo
Vivemos um período na história humana de grandes e profundas transformações – globalização, fusões e aquisições, reorganização, downsizing, revolução eletrônica, out-sourcing, pluralismo ideológico, entre inúmeras outras.
Essas mudanças impactam de maneira substancial e poderosa sobre as carreiras dos indivíduos. Aquilo que ontem era considerado um mantra na gestão de uma carreira, “emprego do berço à sepultura”, por exemplo, hoje é algo inteiramente do passado e sem nenhum valor ou significado.
Diante dessa nova realidade podemos negar ou ignorar essas transformações, lutar com afinco e zelo xiita contra elas, fingir que elas não nos afetam ou simplesmente abraçá-las a fim de tirar proveito das oportunidades que elas nos oferecem.
Pesquisas científicas conduzidas por inúmeras instituições de renome internacional confirmam a imperiosa necessidade de mudança individual. Portanto, aqueles profissionais que não forem capazes de mudar, rápida e radicalmente, estarão preparados para viver apenas em um mundo corporativo que não existe mais.
Infelizmente, creio que a maioria dos profissionais prefere se agarrar ao passado em vez de encarar o futuro com determinação, ousadia, foco e paixão. É uma pena, visto que eles contribuirão para o descarrilamento de suas carreiras. Há um provérbio africano que diz: “When the music changes, so does the dance.” (“Quando a música muda, a dança também muda.”)
No presente cenário das organizações, há três mensagens explícitas a serem observadas e seguidas:
– É impossível voltar ao passado. O mundo das organizações muda numa velocidade jamais vista em épocas passadas. Essas mudanças podem ser inquietantes, dolorosas e desafiadoras. Porém, nenhum profissional deveria se agarrar ao passado, até porque como escreveu Heráclito de Éfeso, 535-475 a.C., “Nada existe de permanente, exceto a mudança.”
– Atire para bem longe de você todos os pensamentos, palavras e ações que não contribuem para o seu progresso pessoal e profissional. Não raro, preferimos nos agarrar aquelas coisas que conhecemos bem, mesmo que sem valor nenhum. São eles os agentes responsáveis pelos nossos fracassos.
A natureza se renova quatro vezes ao ano. As árvores, por exemplo, se despem de suas folhagens, a fim de ganharem nova roupagem. O sol muda o seu curso todos os dias. Nunca nasce e se põe no mesmo lugar.
Todos nós deveríamos seguir o exemplo dado pela própria natureza. Afinal, essas mudanças fazem um bem tremendo aos indivíduos. Eu tenho as visto acontecerem nos meus escritórios com profissionais em transição de carreira – “outplacement e executive coaching.”
Ao final de cada projeto, eu costumo compará-los à ressurreição dos mortos: “Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com grande vigor.”
– Opte por mudar todos os dias ao longo de sua carreira em vez de se transformar em “sapo cozido” ou em “pato gordo.” Lembre-se que na maioria das vezes, a mudança significa crescimento. Portanto, use o seu talento, uma dádiva divina, para se reinventar a cada dia.
Caro leitor, a mudança mais profunda que você pode empreender nos dias atuais é o da sua vida e carreira. Essa metamorfose é de natureza interna e não externa. Aqueles que a confundirem com “make ups” externos ou estratégias de marketing pessoal de alta visibilidade, fracassarão totalmente em seu intento.
Acredito à luz de minha experiência no aconselhamento a presidentes, diretores e gerentes de grandes organizações, que sempre haverá espaço para você crescer, melhorar e se tornar uma pessoa e um profissional melhor.
Aqui estão algumas perguntas para sua reflexão:

  • Você está empreendendo mudanças em sua vida e carreira?
  • Você está cultivando novas habilidades?
  • Você atualmente sente-se estagnado ou em franca ascensão em sua carreira?
  • Você se sente preparado para enfrentar os novos desafios postos pela nova economia do mercado?

Caro leitor, não espere para mudar até que seja obrigado a mudar!
*Gutemberg B. de Macêdo é colunista do Empregos.com.br, presidente da Gutemberg Consultores e autor de “Fui demitido. E agora?” (Maltese).

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