No Brasil, empreender era muito mais arriscado há alguns anos. Segundo um estudo do Sebrae sobre a taxa de sobrevivência de pequenas empresas, 30% delas sequer chegavam ao seu segundo ano.

Hoje, a tendência é outra. Os negócios têm se fortalecido e cresce o número de empreendedores no país. De acordo com a pesquisa “Global Entrepreneurship Monitor”, 34 em cada 100 brasileiros possuem uma empresa ou estão começando seu próprio negócio.
Mas com tanto crescimento, como se destacar no mercado? Quais são as demandas atuais para o sucesso de um empreendedor?
A maioria dos novos empreendedores procuram por ideias totalmente inovadoras, por algo que ninguém tenha feito antes. Mas o que é realmente necessário, é pensar em um produto ou serviço capaz de bater a concorrência, seja qual for o segmento que você pretende investir.

E a melhor forma de fazer isso, é se destacar pelo preço – vender facilidade e comodidade por um bom custo-benefício, o que ficou conhecido como “o modelo Uber de negócio”, ou “Uberização”.

O aplicativo Uber rompeu com um segmento tradicional no mercado: o da mobilidade urbana. Trouxe consigo, além do sucesso, inspiração, e tem transformado a forma com que as pessoas avaliam aquilo com que estão gastando.
Isso fez com que os empreendedores sigam essa mesma ideia em outras áreas, enfrentando empresas clássicas que dominam algum setor, como foi com os taxistas em relação ao Uber, por exemplo.

COMO SABER SE VALE A PENA?

Oferecer um serviço bom, simples e barato não é tão fácil quanto parece. Copiar essa fórmula só é boa ideia para quem tem um modelo de negócios bem definido, e envolve muita pesquisa de mercado. Primeiro, para saber qual é o setor certo para investir, e segundo, como tornar sua teoria uma realidade.

O Uber começou em um segmento bastante tradicional, relativamente caro, em que não havia muita concorrência e, por isso, não apresentava qualidade compatível – ainda que fosse um serviço usado com frequência.
Veja se a área em que pretende investir possui pontos semelhantes. Só assim ela poderá ser considerada.

OUTROS PONTOS A CONSIDERAR:

• Manter preço: é preciso prever o baixo custo a longo prazo. Comece com o preço que considera justo, e vá baixando conforme vai expandindo a sua empresa. Se você inicia as atividades com um preço que depois inevitavelmente tem que subir, os consumidores perdem a confiança e o negócio, o seu foco.

No fim, ele pode acabar como só mais uma empresa que as pessoas pagam caro por conveniência – isso não é novidade. O Uber, por exemplo, começou como alternativa a carros de luxo, passou a ser concorrência do táxi, e hoje é alternativa até para quem não quer comprar um carro. Com as viagens compartilhadas, chegou a bater até mesmo o transporte público.

• Novas tecnologias: os negócios de hoje estão diretamente ligados a plataformas online, como lojas virtuais e aplicativos. Mesmo serviços de entrega estão sendo reformulados para funcionar de forma digital. Aproveite essas facilidades e entregue um produto ou um serviço diferenciado ao seu consumidor.

• Pense nos valores: além da sua ideia, você deve vender algum valor sobre a sua marca, assim como o Uber. Não ter a necessidade de comprar um carro, sem perder a comodidade que ele oferece, é como eliminar mais um escapamento desnecessário das ruas.

OUTRO CASO DE SUCESSO

Sobre vincular a sua marca a valores, o mesmo vale para a Wheely’s, startup que oferece café orgânico, barato e sustentável, competindo com a Starbucks. Além de ser um food bike, a criadora utiliza painéis solares e um pequeno moinho de vento. Também há instalado na bicicleta um lixo para reciclar os resíduos de café. Atualmente, essa rede de franquias, cuja idealizadora é sueca, já vendeu mais de 500 cafeterias móveis, e atua em mais de 60 países.