Carreiras | Empregos

Por Eliane Figueiredo*
Os diferenciais de um perfil profissional há muito tempo não são mais os mesmos. O próprio inglês fluente, considerado decisivo em algumas seleções há alguns anos, tornou-se uma condição básica especialmente em alguns segmentos de negócios. Em seu lugar, entra em cena a vivência no exterior como diferencial e vantagem competitiva.vivencianoexteriorocoringadosprocessosseletivos
A demanda por profissionais experientes no contato com pares e clientes estrangeiros aumenta em função da intensa globalização de negócios e serviços vivenciados pelas empresas brasileiras. Cada vez mais, a experiência adquirida em um país diferente conta em um processo seletivo. Essa vivência permite ao colaborador desenvolver sua capacidade de adaptação a novas situações, além de ampliar sua visão para compreender as necessidades de clientes e pares de diferentes contextos culturais.
Para as empresas, um profissional com experiência fora do Brasil mostra-se capaz de enfrentar grandes desafios e de articular contatos externos. A experiência “fora de casa” capacita o profissional para atividades desafiadoras de abrangência mundial. Na avaliação de alguns ramos de negócio, como o de serviços, o profissional globalizado é ideal para se relacionar com outras culturas, pois a diplomacia é um item bastante importante neste segmento.
Porém, embora a vivência seja um fator chave na contratação, a qualidade de aproveitamento da experiência é o que mais se destaca em um currículo, principalmente para posições mais seniores. Há casos em que o profissional passa alguns meses fora do País, trabalha em diversos segmentos, mas não se capacita com cursos e MBAs focados em sua área. Embora tenha tido uma vivência importante no exterior, o único aspecto em que ele se diferencia para as empresas é em relação às competências pessoais.
Já um profissional que, com a mesma oportunidade, cursa um MBA ou um programa de extensão, tem em uma seleção a oportunidade de se destacar por sua experiência efetivamente. Isso porque sua vivência foi direcionada à carreira, conferindo a ele um upgrade de conhecimentos e técnicas em relação aos demais profissionais brasileiros. Essa característica é bastante valorizada no mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
Em uma seleção em que concorressem os dois perfis acima, caso os dois preenchessem todos os requisitos para a vaga de emprego, muito provavelmente o segundo profissional conseguiria o trabalho. Claro que essa análise é ideal. Outros detalhes e aspectos comportamentais de cada candidato são relevantes e seriam analisados em um processo seletivo.
Em termos gerais, a vivência fora do País é um diferencial importante para profissionais em início de carreira, como trainees e estagiários, que ainda não têm maturidade profissional. Já para profissionais com maior qualificação e experiência, a vivência necessariamente conta mais se for relacionada à sua área de atuação.
O período atual é de aquecimento do mercado de trabalho. Por essa razão, para cargos e salários mais vantajosos, vale a pena fazer uma pausa na carreira para se desenvolver em um país diferenciado. Esse ganho, a curto, médio ou longo prazo, traz oportunidades de carreira e de desenvolvimento pessoal que não têm preço.
*Eliane Figueiredo é diretora-presidente da Projeto RH

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